Economist diz que Portugal falhará meta do défice de 3% - TVI

Economist diz que Portugal falhará meta do défice de 3%

Sócrates- Referendo 2007

A analista da Economist Intelligence Unit Ania Thiemann, que está em Lisboa para uma mesa redonda com o governo português, prevê que Portugal vai falhar o objectivo de reduzir o défice público para 3 por cento do PIB em 2008.

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Em declarações à «Lusa», Ania Thiemann, analista sénior que segue a economia portuguesa na Economist Intelligence Unit (EIU), empresa do grupo a que pertence a revista The Economist, acredita que o Governo só em 2009 deverá conseguir reduzir o défice orçamental para um valor abaixo do limite imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.

O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) português entregue em Bruxelas prevê que Portugal termine o ano de 2008 com um défice orçamental de 2,6 por cento do PIB, menos 1,1 pontos percentuais do que em 2007.

Segundo Thiemann, o Governo «não vai conseguir atingir esse objectivo».«É mais provável que essa meta seja atingida em 2009», acrescentou.

A analista sénior da EIU considera que o factor-chave para a redução sustentada do défice orçamental é a reforma da administração pública.

Ania Thiemann diz que esta reforma está a acontecer, mas «muito devagar», pelo que o Governo pode ter que adiar por um ano a sua meta de redução do défice abaixo dos 3 por cento da riqueza criada.

Na quarta e quinta-feira alguns membros do Governo e empresários vão reunir-se na Conferências do Economist, no Centro Cultural de Belém, com membros do Economist Intelligece Unit, para debater o estado da economia portuguesa e os seus principais desafios.

O Economist Intelligence Unit prevê um crescimento de 1,4 por cento para a economia portuguesa este ano, menos 0,4 pontos percentuais do que o governo de José Sócrates, e uma aceleração para 1,8 por cento no próximo ano.

O consumo público deverá cair e as exportações e o consumo privado deverão ser os factores de sustentação do crescimento, segundo Ania Thiemann.

O investimento deve permanecer enfraquecido, ainda que com sinais de melhoria, caindo 1 por cento em 2007 e subindo 1 por cento em 2008.

Ao nível do desemprego, a economista não se mostrou muito optimista: para reduzir o desemprego, a economia portuguesa precisa de crescer entre 2,5 e 3,0 por cento, pelo que "até 2008 não haverá grandes descidas" nesta área.

A Economist Intelligence Unit é uma empresa do grupo a que pertence a revista The Economist e realiza análises técnicas e previsões sobre a evolução económica de mais de 200 países de todo o mundo.
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