Cavaco quer menos conflitos em 2008 - TVI

Cavaco quer menos conflitos em 2008

  • Portugal Diário
  • 1 jan 2008, 21:44
Cavaco Silva durante a sua mensagem de Ano Novo (foto Lusa)

Mensagem de Ano Novo elege as áreas da economia, educação e justiça

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O Presidente Cavaco Silva afirmou-se esta terça-feira insatisfeito com os resultados obtidos em 2007 na economia, educação e justiça e fez um apelo ao diálogo do Governo para «reduzir a conflitualidade e tensões» em 2008.

Um ano depois de ter pedido resultados ao Governo, Cavaco Silva aproveitou a mensagem de Ano Novo para concluir que 2007 «não foi fácil para muitos portugueses».

«Todos gostaríamos que a evolução da situação económica e social do País tivesse sido mais positiva e que os sinais de recuperação fossem agora mais fortes», afirma Cavaco Silva na tradicional mensagem de Ano Novo.

Para vencer problemas e desafios, defendeu, «seria altamente vantajoso o aprofundamento do diálogo» entre os agentes políticos e entre os «poderes públicos e os grupos e parceiros sociais».

Aprofundar diálogo

E numa conjuntura de um Governo, do PS, de maioria absoluta, Cavaco Silva avisa: «Há que encarar as críticas como um estímulo para fazermos melhor».

«O aprofundamento do diálogo permitirá, certamente, melhorar a compreensão das políticas, reduzir a conflitualidade e as tensões e criar uma envolvente mais favorável ao desenvolvimento do país», disse.

O Presidente apela igualmente ao Governo e poderes políticos que não desviem «as atenções do que é verdadeiramente importante».

«Perante as dificuldades de crescimento da nossa economia, perante a angústia daqueles que não têm emprego e a subsistência de bolsas de pobreza, devemos concentrar-nos no que é essencial para o nosso futuro comum, e não trazer para o debate aquilo que divide a sociedade portuguesa», afirma.

Destaque para as áreas económica, educação e justiça

Assinalando «os progressos» no controlo das finanças públicas e de recuperação do investimento, o Presidente sublinha, porém, que o desemprego «atingiu níveis preocupantes», sendo muitas as famílias a enfrentar «sérias dificuldades».

Na área da Educação, o Presidente sublinha os sinais positivos - citados pelo primeiro-ministro, José Sócrates, na mensagem de Natal - do «aumento do número de alunos no ensino secundário e superior e a redução do insucesso e do abandono escolares».

No entanto, garante que há «ainda muito por fazer para reduzir o atraso de qualificação» dos jovens portugueses, por comparação com «a maioria dos países da União Europeia».

A receita para ultrapassar os problemas passa pelo «empenho e dedicação» dos professores, dos pais, «sem dispensar a exigência para com os alunos».

Na terceira área - a justiça - em que exigiu resultados, Cavaco disse que «ainda é um obstáculo ao progresso» do o país.

«Os cidadãos e as empresas ainda não sentiram melhorias significativas na resposta do sistema judicial», continuando a, «legitimamente, a reclamar uma administração da justiça mais eficiente e mais célere», exemplificou.

Tema de um dos roteiros presidenciais, a inclusão social, é abordada na mensagem, com Cavaco Silva a interrogar-se se «os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores».
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