Conselho de Estado: o país à espera de... uma opinião (II) - TVI

Conselho de Estado: o país à espera de... uma opinião (II)

Conselheiros têm dever de sigilo, mas as suas posições são públicas

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Ramalho Eanes: «Sinto uma certa angústia porque entendo que já não tenho tempo para ver o país melhorar. E obviamente isso preocupa-me por tudo: pelo país, pelos meus filhos e pelos filhos dos outros».

Mário Soares: «Se o Governo não se sente moribundo é porque não tem sensibilidade. Se o Governo tivesse sensibilidade talvez se demitisse, mas como não tem sensibilidade não se demite por enquanto. Mas devia demitir-se, como já devia ter demitido o senhor Miguel Relvas e não demitiu».

Jorge Sampaio: «Todos os portugueses levaram um grande murro no estômago e ainda por cima o primeiro-ministro esperou que eles gostassem e estivessem disponíveis para um consenso».

João Lobo Antunes: «O Governo precisa de ter um projeto, não ficar completamente manietado pelas prescrições de uma troika».

Marcelo Rebelo de Sousa: «Se eu fosse primeiro-ministro e se quisesse retocar, como ele disse e disse o ministro das Finanças, medidas que foram apresentadas, repensando-as em vários pontos, eu faria isso antes do Conselho de Estado, não fazia nem no Conselho de Estado, nem depois do Conselho de Estado».

Leonor Beleza: «Estão a ser exigidos sacrifícios grandes. Obviamente vivo preocupada com isso e com o que são os limites que podem ocorrer numa situação tão difícil como esta».

Vítor Bento: «A Taxa Social Única (TSU) tinha em vista estimular a componente externa da economia, por forma a compensar o aperto na parte interna por via da austeridade. Podemos é discutir a sua eficácia».

Bagão Félix: «Acho que se deu a machadada final no regime previdencial. Não estou a dizer na Segurança Social, estou a dizer no regime previdencial, que é aquele em que há uma relação direta entre o esforço que os trabalhadores fazem e os benefícios que têm».

Pinto Balsemão: «Temos que nos concentrar no que controlamos, cumprir os objetivos do nosso programa. Cumprir é condição necessária mas não suficiente».

António José Seguro: «Há uma linha que separa a austeridade da imoralidade - e essa linha foi ultrapassada. Ou o primeiro-ministro recua e retira a proposta, ou então o PS tomará todas as iniciativas constitucionais à sua disposição para impedir a sua entrada em vigor. Se para tal for necessário, o PS apresentará uma moção de censura ao Governo».

Marques Mendes: «Se não for feito nada para baixar o nível de conflitualidade política e conflitualidade social, Portugal corre o sério risco de daqui a seis meses ser igual à Grécia».

Manuel Alegre: «Estamos perante um desafio de desobediência ao Tribunal Constitucional, ato que revela traços de autoritarismo e falta de sentido de Estado por parte do primeiro-ministro, que nunca aceitou uma decisão que a todos obriga. Estamos também perante um desafio do primeiro-ministro ao Presidente da República, Cavaco Silva, e um desafio à nossa paciência».

Luís Filipe Menezes: «Seria possível Portugal ir por outro caminho? Eu tenho dúvidas, não tenho certezas, mas penso que seria extremamente perigoso se o Governo português dissesse que queria mais tempo e mais dinheiro».
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