«Afastamento voluntário» de Sócrates é essencial para sair da crise - TVI

«Afastamento voluntário» de Sócrates é essencial para sair da crise

Pacheco Pereira

Social-democrata Pacheco Pereira diz que o ideal seria a manutenção, até 2013, de uma solução política que pode passar por um governo de salvação nacional

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José Pacheco Pereira defendeu, esta sexta-feira, o «afastamento voluntário» do primeiro-ministro José Sócrates. Para o deputado do PSD, o ideal seria a manutenção, até 2013, de uma solução política que pode passar por um «governo de salvação nacional, mero acordo parlamentar ou pacto de estabilidade», noticia a Lusa.

As declarações de Pacheco Pereira surgem no mesmo dia em que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, e a eurodeputada do PS Edite Estrela se mostram contra a ideia de uma remodelação governamental. Em entrevista ao «Diário de Notícias», Jorge Lacão recusa a responsabilidade do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, nas dificuldades do país, defendendo que «não era substituindo pessoas que os problemas passariam, por milagre, a ser resolvidos». Em declarações ao «Sol», Edite Estrela afiança que continua «a confiar em Teixeira dos Santos».

Um estudo da Eurosondagem, divulgado também esta sexta-feira, revela que se as eleições legislativas fossem hoje, o PSD teria não só uma vitória clara, como alargaria a vantagem em relação ao PS. José Sócrates não escapa à tendência e cai no índice de popularidade, para um total de 6,1% de opiniões positivas.

E o leitor o que acha: deve ou não haver uma remodelação governamental?

«O melhor que poderia acontecer ao país era o PS convencer a bem o primeiro-ministro a sair e que, talvez até 2013, seja necessário um Governo conduzido por pessoas diferentes e um diálogo diferente com as forças da oposição», afirmou Pacheco Pereira durante as I Jornadas da Associação Empresarial de Portugal (AEP), que esta sexta-feira decorrem no Porto.

Para Pacheco Pereira, a demissão de José Sócrates é «uma condição 'sine qua non'» para a saída do país da actual situação. Isto porque o primeiro-ministro «é o principal factor subjectivo da crise», vive «uma grande crise de credibilidade nacional e internacional, não foi capaz de tomar as medidas fundamentais que se exigiam e, todos os dias, mostra que continua na mesma».

O deputado social-democrata considera que «há que encontrar soluções políticas que permitam, até ao próximo período eleitoral, em 2013, uma estabilidade instrumental que garanta a aplicação das medidas» necessárias.

«Não me interessa que seja através de um governo de salvação nacional, mero acordo parlamentar ou pacto de estabilidade. O essencial é que se encontre maneira de reduzir a hostilidade entre PSD e PS e que isso permita condições para aplicação das medidas do orçamento, que são exigidas pelos nossos credores», sublinhou.

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