Lacão descarta remodelação: substituir pessoas «não resolve» - TVI

Lacão descarta remodelação: substituir pessoas «não resolve»

Ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão [Tiago Petinga/LUSA]

Ministro dos Assuntos Parlamentares garante que o Governo tem condições para continuar, se a oposição não lhe obstruir o caminho

Relacionados
O ministro dos Assuntos Parlamentares considera que o Governo tem condições para continuar em funções, sem remodelações, se a oposição não lhe obstruir o caminho. Jorge Lacão defende que o problema das dívidas soberanas é europeu e deve ser resolvido com um recuo da chanceler alemã Angela Merkel. O ministro diz ainda que o Presidente da República, seja ele qual for, deve contribuir para a estabilidade política.

Em entrevista esta sexta-feira ao «Diário de Notícias», Jorge Lacão refere que «não era substituindo pessoas que os problemas passariam, por milagre, a ser resolvidos», recusando a responsabilidade do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, nas dificuldades do país. «Os problemas existem e têm de ser enfrentados por quem tem competência para o efeito», acrescenta.

A posição do ministro dos Assuntos Parlamentares está em consonância com as declarações de Edite Estrela, que afirma continuar «a confiar em Teixeira dos Santos». Em entrevista esta sexta-feira ao semanário «Sol», a eurodeputada socialista considera que, caso haja remodelação, o ministro das Finanças deve manter-se no Executivo de José Sócrates.

Na entrevista ao «Diário de Notícias», Jorge Lacão aborda também as declarações de António Vitorino e aponta ao PS um lento acordar para o problema da dívida soberana. Para o ministro, «fazer de treinador à segunda-feira é muito mais fácil do que prever as situações antes do jogo».

Questionado sobre o «timing» das medidas tomadas, o governante sublinha que «o Governo esteve persuadido que a instabilidade dos mercados tenderia a abrandar ao longo do ano». Como tal não se verificou, as medidas «mais drásticas» foram agora tomadas.

Jorge Lacão recusa-se a fazer «futurologia» quanto às condições para o Governo se manter em funções. O ministro critica o PCP e o Bloco de Esquerda, que têm entre si «uma lógica concorrencial, para ver qual é o que se opõe de forma mais dura, sistemática e radical ao Governo».

Quanto ao fundo permanente na Europa, defendido por Angela Merkel para ajudar os países do euro em dificuldade, Jorge Lacão espera um recuo da União Europeia. «Quando a própria chanceler alemã verifica que há alguns efeitos 'perversos' daquilo que é um propósito relativamente à gestão dos mecanismos de crise no quadro da UE», a aspiração portuguesa é de que «o Conselho Europeu possa fazer aí a adequada reflexão», revela.
Continue a ler esta notícia

Relacionados