«É caso para dizermos que o Governo quer encerrar o interior do país» - TVI

«É caso para dizermos que o Governo quer encerrar o interior do país»

Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa critica encerramento de escolas com menos de 20 alunos

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Jerónimo de Sousa, líder do PCP, está contra o fecho de escolas com menos de 20 alunos e diz que, com esta medida, é caso para dizer que o Governo «pretende encerrar o interior do país», noticia a Lusa.

«Depois do encerramento de centros de saúde, de serviços públicos, de tribunais», o conselho de ministros anunciou a «decisão de encerrar» estabelecimentos de ensino com menos de vinte alunos, disse Jerónimo de Sousa, que falava, na noite de quinta feira, num comício do seu partido em Coimbra.

«Por este caminho, é caso para dizermos, camaradas, que este governo pretende encerrar o interior do país», acusou o secretário-geral do PCP.

Esta medida - «fazendo as contas e alguém as há-de fazer - significará, inevitavelmente mais aprofundamento das assimetrias regionais», destacou.

O líder comunista ocupou, no entanto, a maior parte da sua intervenção com críticas ao PS e ao PSD e à situação económica e financeira do país, resultante, em boa medida, na sua perspectiva, das «políticas desastrosas» daqueles dois partidos.

«Os défices públicos aumentaram não pelos desmandos do sector público, mas sim pelos desmandos do sector privado, designadamente, do sector financeiro», afirmou.

«O Estado e a banca pública tiveram de ir em socorro» do sector privado, mas esta não foi a única causa do défice público, referiu Jerónimo de Sousa, responsabilizando também o PS e o PSD, cujas políticas conduziram «à recessão, à diminuição das receitas do Estado e ao aumento do desemprego».

Diminuir deputados¿ de direita

Sobre a proposta de redução do número de deputados na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa limitou-se a dizer que «é preciso, de facto, reduzir os deputados que defendem e praticam uma política de direita e aumentar o número de deputados que, como os do PCP e da CDU», estão no Parlamento «a cumprir o seus compromissos com o povo e a dizer a verdade que disseram na campanha eleitoral».

«Vêm agora dizer que é preciso cortar nas subvenções dos partidos», mas as alterações à lei, recordou, por outro lado, o líder do PCP, «foram aprovadas pelo PS, PSD e CDS».

Tais alterações na lei do financiamento dos partidos serviram, aliás, acusou, para «o PS e o PSD passarem a ganhar mais cinco milhões de euros».

A lei serviu «para encher os bolsos ao PS e ao PSD e para prejudicar a festa do Avante!», afirmou. «Se querem cortar, cortem, mas tivessem ouvido o PCP e não estaríamos agora nesta situação, neste regabofe que se vive actualmente», concluiu Jerónimo de Sousa.
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