«Precisamos de um Governo de unidade nacional como de pão para a boca» - TVI

«Precisamos de um Governo de unidade nacional como de pão para a boca»

António Barreto

Afirmação é do sociólogo António Barreto

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O sociólogo António Barreto afirmou que Portugal precisa «de um Governo de unidade nacional como de pão para a boca», considerando que «desde há dois anos que se justifica um Governo de maioria de, pelo menos, três partidos».

No debate «As Finanças Públicas e o Estado Social num mundo globalizado», no âmbito do ciclo Grandes Debates do Regime, que decorreu na quinta-feira, no Porto, o ex-ministro da Agricultura lamentou que se tenham falhado «duas oportunidades de construir um Governo de unidade nacional e de ampla aliança».

«Falhámos duas oportunidades de construir um governo de unidade nacional e de ampla aliança. Falhámos a oportunidade de aprovar um orçamento de unidade nacional», disse no debate promovido pela Câmara do Porto, que juntou o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, e o conselheiro de Estado, Vítor Bento.

Na sua intervenção, o sociólogo defendeu que «enfrentar a crise implica capacidade para construir o equilíbrio entre austeridade e Estado Social, ponderar a austeridade com as reformas estruturais e sociais, contenção e desenvolvimento».

António Barreto defendeu que a crise é portuguesa e também europeia e internacional, apontando o dedo à União Europeia (UE), que considerou «uma fonte inesgotável de frustração, desapontamento e recriminação», criticando a falta de solidariedade.

«[A UE] resume-se aos interesses da Alemanha e da França», afirmou, realçando que os dois países «procuram exercer o seu poder e a sua potência, através da UE».

Em relação ao Estado Social, António Barreto disse estar convencido de que «não será possível manter a universalidade absoluta nem a gratuidade», ressalvando que «é possível emagrecer o Estado Social mantendo algumas características».

«O Estado Social será diminuído, pelo menos, durante uns anos. É possível fazer isso com muito cuidado, estudo e informação a fim de evitar os cortes a eito. É possível, em vez de cortar a eito, procurar fazê-lo de acordo com métodos de avaliação da situação social e económica das pessoas», declarou o também presidente do conselho de administração da Fundação Manuel dos Santos.
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