Câmara de Portimão ameaça encerrar ponte

A Câmara Municipal de Portimão deu um prazo até segunda-feira à empresa Estradas de Portugal para que esclareça as condições de segurança da ponte metálica rodoviária de Portimão, caso contrário o executivo encerrará o acesso poente à estrutura, noticia a Lusa.

«Agradeço a confirmação por escrito de V.Exa. até ao final da manhã da próxima segunda-feira dia 5 de Novembro de qual a posição final dessa entidade em relação à data do encerramento e o reafirmar que a segurança de pessoas e bens não se encontra em perigo», solicita a Câmara Municipal de Portimão, num comunicado dirigido ao Director Regional do Algarve das Estradas de Portugal, a que a Lusa teve hoje acesso.

Se a resposta não chegar nesse prazo, o executivo municipal garante que procederá ao encerramento do acesso poente à ponte rodoviária de Portimão.

De acordo com uma notícia publicada na edição de sábado no semanário Sol, que teve acesso a vários relatórios de avaliação da ponte metálica rodoviária sobre o rio Arade, a ponte antiga de Portimão está à beira do colapso.

Segundo técnicos consultados pelo jornal, o risco de segurança verificado é semelhante ao da ponte de Entre-os-Rios, cujo colapso do pilar a 4 de Março provocou a morte de 59 pessoas.

Os trabalhos de recuperação da ponte antiga sobre o Rio Arade deveriam iniciar-se no próximo fim-de-semana e prolongar-se por um período de 21 meses, embora se preveja que a ponte esteja encerrada ao trânsito durante um ano.

«A Câmara Municipal de Portimão vê com extrema preocupação o protelar até ao próximo fim-de-semana do encerramento da ponte ao trânsito automóvel, já que o concurso ainda se encontra na sua fase final de adjudicação, pelo que a obra não se irá iniciar de imediato após o previsto encerramento», salienta, contudo, o comunicado.

«Tal situação, que se deve às questões burocráticas apontadas, constitui mais uma razão para se ponderar o encerramento imediato», refere o executivo.

A ponte estabelece a ligação da cidade à Estrada Nacional 125 e serve as localidades de Ferragudo e Parchal, pertencentes ao concelho contíguo, Lagoa, embora exista uma outra ponte construída mais recentemente que estabelece a ligação entre a cidade e a Via Infante.

Em seis anos, a ponte algarvia, construída em 1876, foi alvo de sete inspecções subaquáticas, tendo existido já dois alertas vermelhos a indicar a gravidade da situação, acrescenta o semanário Sol.

Em 2005 a estrutura obteve a pior classificação possível em termos de conservação, o que motivou a primeira intervenção urgente em seis pilares e a organização de um concurso público para uma obra de fundo nos sete pilares que sustentam a ponte.