O secretário-geral do PCP desejou esta segunda-feira que Passos Coelho, Paulo Portas e restante Governo acompanhem o antigo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, cuja demissão foi esta segunda-feira aceite pelo primeiro-ministro.
«O Governo pode tentar agora diabolizar a figura do ex-ministro das Finanças, mas o problema é que isto não se resolve com demissões aos pedacinhos. Ninguém acredita que Gaspar tivesse a responsabilidade exclusiva da política económica e financeira», disse, após o balanço de dois dias de reunião do comité central.
Para Jerónimo de Sousa, «existe o primeiro-ministro, o ministro de Estado, que têm responsabilidades particulares».
«Aquilo que dizemos é que, com Vítor Gaspar, que saia também o resto do Governo, particularmente os seus principais responsáveis», continuou, sublinhando a «redução drástica da base de apoio» do executivo da maioria PSD/CDS-PP.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, vai passar a número dois do Governo, com a exoneração de Vítor Gaspar. Maria Luís Albuquerque, substituta de Vítor Gaspar, vai ser também ministra de Estado, mas caber-lhe-á o terceiro lugar na hierarquia formal do Governo.
«Este Governo até pode ir buscar novamente o senhor Relvas, mas não se resolve o problema à peça, substituindo este ou aquele ministro. O problema de fundo está na política e no pacto de agressão que está a infernizar a vida dos portugueses», sublinhou o líder comunista sobre a remodelação.
O PCP reiterou a necessidade de o Governo ser demitido e consequente marcação de eleições legislativas antecipadas para «a derrota da política de direita» e a adoção de um projeto «patriótico e de esquerda».
«Tivemos a confirmação de que o Presidente da República, apesar de assistir a um governo derrotado, sem futuro, faz mais um esforço, dando posse a um novo membro do Governo. Um Presidente que rapidamente e em força promulgou em 24 horas uma legislação que visa contrariar uma decisão do Tribunal Constitucional. Não se sabe onde acaba o Presidente e começa um ministro deste Governo», criticou, referindo-se à promulgação do diploma que adia o pagamento do subsídio de férias para novembro.
Jerónimo de Sousa condenou igualmente o PS e a sua «proximidade com os grandes grupos económicos», afirmando que os socialistas, caso venham a formar Governo, vão prosseguir a «política de direita».
O secretário-geral do PCP elogiou ainda as diversas ações de protesto levadas a cabo desde o 1.º de maio, destacando a greve geral de 27 de junho, «uma das maiores de sempre».
O comité central do partido concluiu que «há que prosseguir a luta» com vista ao «acelerar do momento da derrota» da direita, elegendo «a batalha autárquica (29 de setembro) como um momento privilegiado de condenação da política de direita».
«Isto não se resolve com demissões aos pedacinhos»
- Redação
- LF
- 1 jul 2013, 18:30
Jerónimo quer «Passos, Portas e todo o Governo» a sair atrás de Gaspar
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