25 de Abril: «Consolidação da democracia leva tempo» - TVI

25 de Abril: «Consolidação da democracia leva tempo»

Bárbara esteve sempre junto de Carrilho

Manuel Maria Carrilho considera que «há coisas que demoram a metabolizar»

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A consolidação de uma cultura democrática em Portugal «leva tempo e demora a metabolizar» pela sociedade, afirmou Manuel Maria Carrilho à Agência Lusa em Paris.

«A questão fundamental é a cultura da democracia», afirmou o embaixador português junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), no final de um debate sobre o 25 de Abril na Casa de Portugal/Residência André de Gouveia.

«A democracia não é uma questão só de procedimentos que, de um momento para o outro, se adquiram. É uma questão profunda de conjunto de hábitos, de conjunto de procedimentos, de ideias, em termos individuais e de colectividade, que demoram no tempo e não são instantâneos», explicou.

«Como tivemos uma ditadura de 48 anos, temos que ter atenção que há coisas que demoram a metabolizar», salientou o embaixador junto da UNESCO, repetindo um conceito que «também pode ser usado para os problemas que a construção europeia enfrenta hoje».

O ex-ministro da Cultura diz também constatar, 36 anos depois da Revolução dos Cravos, que Portugal tem «uma fragilidade, ou imaturidade, como se houvesse um buraco entre um país que passou directamente da pré-modernidade para a pós-modernidade».

«Sentimos que há na nossa sociedade e na nossa vida colectiva um buraco, de algo que não está estruturado, em relação aos valores da democracia, da igualdade, da liberdade, que precisam de ser metabolizados pelos cidadãos», explicou.
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