Opinião: «Queda de Governo daqui a ano e meio» - TVI

Opinião: «Queda de Governo daqui a ano e meio»

Social-democrata considera ainda que haverá suspensão do TGV é a maior «bronca dos últimos tempos»

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Marques Mendes comentou esta noite no TVI24 as entrevistas, desta semana, do líder do PSD e do primeiro-ministro e também a suspensão por parte de Espanha da construção do TGV. Sobre este ponto, o ex-líder do PSD considera que é a «maior bronca dos últimos tempos». Sobre as entrevistas, a conclusão evidente é que haverá uma «ruptura final» entre os dois partidos e eleições antecipadas no segundo semestre de 2011.

«A suspensão do TGV, do lado espanhol, é para o Governo português a maior bronca dos últimos tempos. É uma bronca monumental. Eu diria mesmo que a vida para o engenheiro Sócrates está difícil. Porque há duas semanas levou um valente puxão de orelhas em Bruxelas e esta semana com a decisão dos espanhóis levam uma enorme bofetada», disse, acrescentando: «Seria um escândalo Portugal fazer o TGV e a Espanha não fazia pelo menos no próximo ano e meio».

Sobre a entrevista de José Sócrates, Marques Mendes afirmou que «foi uma entrevista sem novidades, mais do mesmo. E o que apareceu aos olhos do país foi um primeiro-ministro esgotado. Esgotado nas políticas, sem nada de novo, e esgotado no discurso. Tornou-se até muito repetitivo e muito previsível», disse e reforçando: «Acima de tudo um primeiro-ministro deslocado da realidade, a falar de um país que não parece o mesmo em que as pessoas vivem».

O social-democrata disse ainda que o primeiro-ministro teve «uma tirada genial», o facto de ter atribuído a responsabilidade das medidas de austeridade ao «mundo que mudou em três semanas. E teve esta coisa espantosa de conseguir dizer isto ao longo da entrevista sem nunca se rir».

Sobre a entrevista de Passos Coelho à TVI, o ex-líder considerou que «foi também uma entrevista sem novidades. No plano formal acho que exibiu uma imagem de frescura, mais fresco que o primeiro-ministro, o que é natural porque está há menos tempo em funções e tem uma boa imagem televisiva». Para Marques Mendes, Passos Coelho deixou ainda claro que o «PSD não é muleta do Governo».

Em conclusão, o social-democrata conclui que «não foram entrevistas marcantes, porque num caso e noutro «faltou-lhes ir ao essencial», ou seja, à crise e às consequências imediatas na vida dos portugueses».

Sobre o acordo entre os dois partidos e os desacordos entre PS e PSD, nomeadamente no TGV e na terceira travesseira, Marques Mendes considerou que «vamos ter uma crise política daqui a um ano e meio sensivelmente, em 2011, no segundo semestre». Em causa estará a manutenção dos impostos e a discussão do Orçamento de Estado, onde o ex-líder do PSD prevê que haja uma «ruptura final, a queda do Governo, e eleições antecipadas».

Por fim, Marques Mendes vinca ainda que o PS já prepara a sucessão de José Sócrates e que a mesma já se discute em «jantares».
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