Cavaco: brando ou crítico? - TVI

Cavaco: brando ou crítico?

  • Portugal Diário
  • 2 jan 2008, 09:42
Cavaco Silva durante a sua mensagem de Ano Novo (foto Lusa)

PS diz que mensagem do PR foi «muito positiva e equilibrada» por ter sublinhado os progressos e dar uma «ideia de esperança». Bloco considera que omissão do Tratado de Lisboa é «preocupante». CDS diz que Cavaco chamou o Governo «à terra». O que pensa o leitor? Cavaco quer menos conflitos em 2008

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O PS classificou de «muito positiva e equilibrada» a mensagem de Ano Novo do Presidente da República por ter sublinhado os progressos no país na economia, justiça e educação e por dar uma «ideia de esperança».

Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz do PS, Vitalino Canas, realçou que Cavaco Silva enumerou «os resultados que já se conseguiram» nas áreas económica e educação, particularizando o maior número de alunos e a queda no insucesso escolar.

«É um discurso positivo, destacando já os resultados e ao mesmo tempo os desafios. E sempre com uma ideia de confiança, de que somos capazes», afirmou o deputado e porta-voz dos socialistas.

Vitalino Canas destacou ainda o facto de, na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente da República ter tido «a preocupação de ir referindo que os desafios são de todos, de toda a sociedade».

Por outro lado, lembrou que Cavaco Silva mencionou igualmente «algumas incertezas», como a economia internacional ou a competitividade das empresas.

Contactada pela Agência Lusa, fonte social-democrata disse que «o PSD respeita o Presidente da República e as suas posições, pelo que não tem de fazer mais comentários».

O Bloco de Esquerda classificou de «omissão relevante e preocupante» o facto do Presidente da República não ter mencionado a assinatura do Tratado de Lisboa na sua mensagem de Ano Novo dirigida aos portugueses.

Em declarações à agência Lusa, a dirigente bloquista Ana Drago disse esperar de Aníbal Cavaco Silva «palavras mais claras», nomeadamente em relação ao modo de ratificação do Tratado de Lisboa, assinado em Dezembro.

«Esta omissão significa que Cavaco Silva não se quis meter em questões polémicas, quando esta é uma questão importante nos próximos meses», disse Ana Drago.

O Bloco de Esquerda destaca ainda «o repto que [Cavaco Silva] deixou ao governo em matéria de política de saúde», referindo que «o interior do país precisa de saber porque é que está a ser contemplado com estas medidas», nomeadamente o encerramento de serviços do urgência e atendimento permanente.

A primeira mensagem de Cavaco Silva para 2008 mostra, no entender de Ana Drago, «um Presidente que se quer mostrar vigilante e atento, e que mantém uma relativa reserva em relação ao governo»

O CDS-PP considerou que o Presidente da República «chamou o governo socialista à terra» por ter sido «crítico» em relação a algumas áreas como o desemprego, a Justiça e a Saúde, na mensagem de Ano Novo.

O deputado do CDS-PP, Nuno Melo, disse à agência Lusa que o discurso de Cavaco Silva foi «realista e oportuno» e mostrou que o Chefe de Estado «não é uma figura decorativa e está atento» à governação de José sócrates.

Segundo o deputado, o CDS-PP partilha de algumas das preocupações manifestadas pelo Presidente da República, nomeadamente em relação aos índices de desemprego e à existência de «bolsas de pobreza», à Justiça, que Cavaco Silva considerou ser ainda «um obstáculo ao progresso», e à Saúde.

Nesta última matéria, Nuno Melo afirma que «não é com um encerramento contabilístico que se faz a reforma o Serviço Nacional de Saúde».

«Apesar de ser crítico, este não é um discurso de fractura entre governo e Presidente da República e [Cavaco Silva] não está a pôr em causa a estabilidade de governação» de Sócrates, disse Nuno Melo.
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