Secretas: Miguel Relvas ouvido no Parlamento

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, é ouvido, esta terça-feira, no Parlamento no âmbito do caso das «secretas», na sequência de um pedido de audição do BE que o próprio quis que se realizasse com urgência. A audição realiza-se na Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais e está marcada para as 10:00.

Na base do pedido de audição do BE está a notícia do jornal Público da semana passada sobre as «secretas», segundo a qual o ex-diretor do Sistema de Informações Estratégicas e de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, «algum tempo depois das eleições legislativas de 2011», quando era já quadro da empresa Ongoing, «enviou, por correio eletrónico, ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, um relatório detalhado com um plano para reformar os serviços de informação».

De acordo com o jornal «Público», nesse plano Silva Carvalho propunha para diretores do Serviço de Informações de Segurança (SIS) e do SIED «funcionários da sua confiança» e também apontava «os nomes daqueles que não deveriam assumir cargos dirigentes».

Numa resposta escrita ao Público, Miguel Relvas afirmou: «Sobre este caso em particular não tenho ideia de ter recebido qualquer informação particular e disso não resultou qualquer interação da minha parte». O ministro nega também ter acompanhado «direta ou indiretamente as matérias sobre os serviços de informação».

Na segunda-feira, em resposta escrita a perguntas do PCP, o primeiro-ministro considerou sem fundamento rumores sobre estreitas ligações entre o ministro Miguel Relvas e o ex-diretor do SIED Jorge Silva Carvalho e reiterou a confiança no secretário-geral dos Serviços de Informações da República Portuguesa (SIRP).

Na mesma resposta, interrogado se tenciona manter em funções o ministro Miguel Relvas, o líder do executivo, através do seu chefe de gabinete, Francisco Ribeiro de Menezes, responde com um claro «sim».

Já quando o PCP questiona Passos Coelho com hipotéticas estreitas ligações entre Miguel Relvas, enquanto dirigente do PSD, e o ex-diretor do Serviços de Informações Estratégicas (SIED) Jorge Silva Carvalho, a resposta foi igualmente objetiva: «Também a este propósito, o primeiro-ministro se expressou no sentido de não ter conhecimento da existência de um tal tipo de relacionamento, de resto negado pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, carecendo portanto de fundamento a pergunta formulada».