Paulo Portas começou por apresentar «alternativas ao novo aumento de impostos», mas a sua intervenção de reacção ao discurso de José Sócrates acabou por resultar numa discussão à volta do aumento ou não da taxa de risco de pobreza em Portugal.
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O líder do CDS-PP considerou que o primeiro-ministro vive num país «idealista, fantasioso» e que «qualquer dia ainda diz que Portugal é campeão do mundo de futebol». Curiosamente, esta última frase é inspirada em Marques Mendes, que, na altura como líder parlamentar do PSD, disse a 12 de Julho de 2006: «Só faltou dizer que o Governo também é responsável por levar Portugal às meias-finais do campeonato do mundo de futebol».
Sócrates reagiu rudemente: «Deixemos de piadinhas e passemos ao debate». E falou-se no risco de pobreza, para dizer que diminuiu. Do lado do CDS-PP dizia-se que não, que aumentou. O primeiro-ministro recorria, então, aos números, para dizer que foi durante o Governo de Paulo Portas, com o PSD, «que se atingiu o limite máximo de pobreza».
O CDS não gostou e o líder parlamentar Pedro Mota Soares pediu a defesa da honra, para dizer que a pobreza em Portugal em 2008 manteve-se em 2008, quando «em 2003 era de 20%, em 2004 de 19% e em 2005 de 18%. Ou seja, desde 2005 até agora desceu 0,1%».
A resposta do Governo surgiu por parte do ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, para explicar que o documento apresentado esta quarta-feira «arredondou os números à décima», pelo que «no ano passado o risco de pobreza era de 18,5% e agora é de 17,9%, por isso houve uma redução de 0,6%. Se lesse isto dispensaria o ridículo».
Os dados do INE estão disponíveis aqui e referem-se, de facto, aos números de 2006 a 2009. Em 2006 o risco de pobreza era 18,5%, em 2007 18,1%, em 2008 18,5% e em 2009 17,9%.
Portas, Sócrates e Silva Pereira às voltas com a pobreza: desceu ou subiu?
- Filipe Caetano
- Hugo Beleza
- 15 jul 2010, 17:23
Uma diferença na apreciação dos números apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística
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