Sócrates «é um modernaço» - TVI

Sócrates «é um modernaço»

  • Portugal Diário
  • 29 fev 2008, 07:22

Jerónimo de Sousa diz que «democracia está em perigo» com este Governo

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O secretário-geral do PCP disse quinta-feira à noite, em Coimbra, que o primeiro-ministro é um «modernaço» que quer aplicar legislação laboral que fez escola antes do 25 de Abril, «com princípios que eram próprios do século XIX», noticia a agência Lusa.

«Está sempre com a boca cheia de modernidade e ainda não foi capaz de explicar como é que, no Código do Trabalho, apresenta soluções que fizeram escola muito atrás dos 34 anos que temos de democracia», afirmou aos jornalistas Jerónimo Sousa.

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O líder comunista falava no final de um comício, na delegação do Instituto Português da Juventude, no âmbito da campanha nacional «Basta de injustiças! Mudar de política para uma vida melhor», que inclui sábado, em Lisboa, uma marcha a favor da Liberdade e Democracia.

Jerónimo Sousa acusou o primeiro-ministro de desenvolver uma política cujas marcas são a «desigualdade e injustiça», com uma «ofensiva global contra os direitos sociais e laborais, contra os serviços públicos essenciais à vida das populações, do seu direito à saúde e educação».

O dirigente considerou que a expressão da governação socialista é «o desemprego, a precariedade, os baixos salários e a diminuição da protecção social, marcas não da modernidade anunciada mas da injustiça de uma política de direita que o Governo do PS prossegue».

Com um auditório lotado de militantes e simpatizantes, o secretário-geral do PCP criticou o sistema de justiça, «que se revela ineficaz com os corruptos e a corrupção mas que julga e condena a prisão um dirigente sindical por se manifestar e protestar em defesa dos direitos que lhe são negados».

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No comício, o líder partidário afirmou que com este Governo socialista a «democracia e a liberdade estão em perigo», embora salvaguardasse que «não está à porta nenhuma ditadura».

No final, Jerónimo de Sousa explicou aos jornalistas que há vertentes do estado democrático que estão a ser atingidas, como a sobreposição do poder económico ao político, os direitos do trabalho, a segurança no emprego, o direito à liberdade sindical e à greve.

«Estamos a falar de vertentes inseparáveis que atingidas uma são atingidas as outras», sublinhou, acrescentando que a «liberdade tem sofrido mutilações, condicionalismos, podendo dizer-se que está mais frágil e empobrecida».

«Sócrates pensava que ia ser muito fácil do alto da sua maioria absoluta proceder à ofensiva e destruição de direitos sem nenhuma resistência. Enganou-se porque os trabalhadores e os povos lutam», acrescentou o dirigente comunista.

Jerónimo de Sousa acusa o primeiro-ministro de ter «reagido mal a essa luta, com crispação, aumentando medidas securitárias e usando as forças de segurança sempre do lado do Governo e das entidades patronais e nunca do lado dos trabalhadores».
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