Rui Rio oferece camião «inútil» a Moçambique

O PS/Porto acusou hoje Rui Rio de «cobrir de ridículo a Câmara Municipal e a cidade» no caso da oferta de um camião de lixo «imprestável» ao município da Beira, em Moçambique, com o qual o Porto se encontra geminado desde 1989, noticia a Lusa.

A Câmara do Porto ofereceu à sua congénere da Beira, segunda cidade mais importante de Moçambique, um camião de lixo com 25 anos, 150 casacos de fatos de trabalho, três computadores, livros e equipamento escolar.

O veículo, parado há anos por ser considerado inútil para o serviço e o restante material, foi enviado para a Beira, ao abrigo dos acordos de geminação existentes entre os dois municípios.

«É um camião antigo. Os que temos na Beira são camiões modernos. Estar a receber esse camião seria pôr em causa o nosso sistema de manutenção», disse Daviz Simango, presidente do Conselho Municipal da Beira.

Fonte da Câmara do Porto reafirmou que a autarquia apenas levou à aprovação do executivo portuense a oferta depois de ter recebido duas cartas de agradecimento e aceitação do Município da Beira. «Recebemos uma carta do presidente da Câmara da Beira e outra do seu chefe de gabinete a agradecer e a aceitar a oferta».

O PS/Porto sublinha que «já em ocasiões anteriores os vereadores do PS chamaram a atenção para o carácter, aparentemente irrisório, de algumas ofertas da autarquia, tendo sempre obtido da parte dos responsáveis municipais e, designadamente, do presidente da Câmara, a garantia de que tudo tinha sido acordado com os destinatários».

«Verifica-se agora que isso não corresponde à realidade, cobrindo-se de ridículo a Câmara Municipal e a própria cidade», conclui o PS/Porto. Para os socialistas portuenses, esta situação mostra «a total ausência de uma estratégia da cidade, na sua afirmação internacional, que certamente não será conseguida com a distribuição de peças de sucata».

Os vereadores do PS na Câmara do Porto vão propor que a futura apresentação de propostas similares seja instruída com documentação que indique a forma como as ofertas foram negociadas, clarificando a utilidade das mesmas para as entidades a que são destinadas.