Metro: Governo quer que câmaras paguem o passivo - TVI

Metro: Governo quer que câmaras paguem o passivo

  • Portugal Diário
  • 24 abr 2007, 18:39

Essa foi a razão pela qual Rui Rio diz não ter assinado o acordo

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O presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), Rui Rio, justificou a falta de acordo sobre o Metro do Porto com a recusa do Governo em retirar do texto o pagamento pelas autarquias de parte do passivo da empresa, noticia a Lusa.

Na carta enviada segunda-feira ao ministro das Obras Públicas, Mário Lino, a que a Lusa teve esta terça-feira acesso, Rui Rio salienta que resolveu responder «em moldes um pouco diferentes» dos que têm utilizado «para que não se possa dizer que as questões que ainda persistem não foram claramente levantadas, tal como alguns procuram insinuar à última da hora».

Rui Rio afirma na carta que subsistem «pontos de inegável relevo» que inviabilizam o acordo, nomeadamente a manutenção do ponto sobre o pagamento do passivo, a construção da Linha da Trofa «relegada para depois de 2009» e a «necessidade de reforçar a sustentabilidade financeira global do Metro».

«Em primeiro lugar, entendemos não ser aceitável incluir no acordo uma matéria que o Governo dele nunca tirou e que pretende reafirmar que as autarquias terão de assumir uma parte do passivo financeiro decorrente das obras de inserção urbana até à data realizadas», frisa o autarca.

Críticas ao Metro de Lisboa

Na carta, o também presidente social-democrata da Câmara do Porto salienta que nas cidades em que o metropolitano é enterrado o custo da inserção urbana «praticamente não existe, mas, em contraposição, cada quilómetro de construção de linha custa o triplo, como acontece, por exemplo, no novo trajecto que vai servir o aeroporto da Portela [em Lisboa] que, entretanto, encerrará».

«Esta visão ficou, aliás, bem patente na recente reunião que tivemos no Porto e em que o senhor Presidente da Câmara de Matosinhos [o socialista Guilherme Pinto] a explicitou com particular acutilância e sentido de oportunidade», afirma Rui Rio.

Na carta enviada a Mário Lino, Rio realça também que não parece aceitável à JMP «que a extensão da Maia à Trofa deva ser relegada para depois de 2009, como, seguramente, acontecerá na proposta governamental».

Menezes negociou directamente com o Governo

Ainda na carta enviada segunda-feira, Rio diz a Mário Lino que supõe que as questões relativas à Linha de Gaia «estão completamente resolvidas», dado ter conhecimento que o ministro «as terá fechado directamente com», Luís Filipe Menezes.

«Lamento não ter sido possível a assinatura num momento tão desejado por V.Exa., mas para que isso fosse possível - permita-me a ousadia - devia o Governo ter sido mais célere na busca de um consenso ao longo de toda a semana em que, eu próprio, me dediquei quase a 100% a este importante dossier», refere o autarca.

O presidente da JMP termina a carta reafirmando a sua vontade em «rapidamente consensualizar o pouco que falta», acrescentando que terá «gosto pessoal» em o fazer na presença do primeiro-ministro, José Sócrates, cujas intervenções sobre esta matéria na visita de sábado ao Porto mereceram a sua «total concordância».
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