Novo partido divide politólogos - TVI

Novo partido divide politólogos

  • Portugal Diário
  • 4 mar 2008, 11:42
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Alguns especialistas duvidam que haja espaço partidário ao centro

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A apresentação do Movimento Esperança Portugal (MEP) divide politólogos quanto há existência de uma espaço partidário a ocupar ao centro, mas une-os quantos às dificuldades na formação como partido, escreve a Lusa.

Manuel Meirinho, Investigador de Ciência Política e professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) disse à agência Lusa que em teoria qualquer novo partido terá actualmente «dificuldades para ser tornar uma força política com representação».

Vai nascer um novo partido em Portugal

Novo partido não é «anti-sistema»

«É mais um movimento de natureza social que depois vai ter dificuldades muito grandes para ocupar um espaço politico, por muito pouco que seja», adiantou o investigador.

Manuel Meirinho explicou que o actual espaço político português tem dois partidos hegemónicos (PS e PSD) e que as franjas políticas à margem destes dois partidos estão muito bem consolidadas, vedando o sucesso a mais um partido.

Teoricamente «há espaço»

Opinião diferente tem o responsável pelo centro de sondagens da Universidade Católica, Pedro Magalhães, que é da opinião que «teoricamente» existe espaço para um novo partido que se queira situar entre os dois maiores partidos.

Este investigador, considera que entre o PS e o PSD há uma «convergência muito grande», existindo mesmo assuntos divergentes que não são tratados de forma a evitar colisões. Ou seja, qualquer partido que se queira posicionar nesse espaço poderá abordar esses temas tabus.

Maiores partidos atravessam período negativo

Este responsável justifica também que há actualmente uma grande insatisfação dos eleitores em relação ao PS e ao PSD.

Aproveitando as últimas sondagens, Pedro Magalhães notou que o PS, está a sofrer o desgaste de apoiar o Governo e políticas do executivo apresentarem grande impopularidade.

Lembrou também que a falta de credibilidade em relação à liderança do PSD.

Contudo estes dois politólogos consideram muito difícil a formação de um partido. Manuel Meirinho referiu que «não é fácil a entrada no sistema político em termos representativos» para um movimento.

«Acontece com todos os movimentos, a passagem do posicionamento social para a representação política. É aí que há mais dificuldade no actual sistema político», referiu, adiantando que os movimentos não necessitam de uma hierarquia e regras que os partidos políticos exigem.

Lutas internas

Na opinião deste estudioso, os problemas começam pelas lutas interinas pelo poder, dado que enquanto movimento essa exigência não é tão premente.

Manuel Meirinho considerou ainda que este movimento «está a nascer de forma muito uninominal» denunciando já «uma falta de estruturação que dificultará a afirmação politica».
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