«Elite socialista devia pedir desculpa ao país» - TVI

«Elite socialista devia pedir desculpa ao país»

«Pelas consequências da política que foi seguida ao longo dos últimos anos», diz social-democrata Alexandre Relvas

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O social-democrata e empresário Alexandre Relvas criticou na sexta-feira o legado de José Sócrates como primeiro-ministro e dos governos do PS, defendendo que a elite socialista devia pedir desculpa ao país.

No final de uma intervenção na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Alexandre Relvas descreveu Portugal como um país que «desde 2002 empobrece em termos relativos», que cresce «metade da média da União Europeia», incapaz de reduzir a sua pobreza e o desemprego, que contraiu um endividamento que «vai levar 30 ou 40 anos a ser pago», que tem uma despesa pública excessiva e um défice de qualificação.

De acordo com Alexandre Relvas, desde que José Sócrates é primeiro-ministro, Portugal «está mais endividado, tem quotas de exportação menores e é menos competitivo do que era em 2004».

«O engenheiro Sócrates é o responsável por baixa de crescimento do país, perda de quotas de exportações, endividamento do país», acusou o ex-director da campanha de Cavaco Silva nas eleições presidenciais de 2006.

«Nós não nos orgulhamos deste país e o PS, que está no Governo há 15 anos, há praticamente 15 anos, devia olhar para estes números, a elite socialista devia olhar para estes números e devia, perante o país, pedir desculpa pelas consequências da política que foi seguida ao longo dos últimos anos», defendeu, depois, Alexandre Relvas.

O ex-presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro alegou ainda que o primeiro-ministro, José Sócrates, tirando «um trabalho de estatísticas em termos de educação», não deu solução aos problemas da pobreza e do abandono escolar.

«Não há nenhum tipo de resultados que tenham aumentado a igualdade de oportunidades e a mobilidade social em Portugal. E quem é mais marcado por isso é a vossa geração», disse aos jovens inscritos na Universidade de Verão do PSD.

Quanto ao desemprego, Alexandre Relvas assinalou o número de jovens que não encontram emprego em Portugal, referindo que «há cem mil jovens desempregados» e que «50 a 70 mil pessoas que anualmente saem do país».

«Só por vergonha é que não se fala da emigração. Estamos com níveis de emigração iguais aos dos anos 60. Não há direito de se continuar a cometer os mesmos erros e nós não podemos deixar continuar a cometer os mesmos erros», considerou.

Segundo Alexandre Relvas, «o discurso do actual Governo é despesa pública e investimento público», mas «o discurso para o futuro», que levará à redução da pobreza e do desemprego, tem de ser «empresas, competitividade e exportações».



«Eu não gosto de viver num país em que a despesa pública absorve mais de 50 por cento do produto», manifestou o antigo secretário de Estado do Turismo, perguntando «qual é o limite para os socialistas da evolução da despesa pública: é 60 por cento é 70 por cento, é o país inteiro a trabalhar para a despesa pública?».
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