O fim do serviço nacional de saúde? - TVI

O fim do serviço nacional de saúde?

Candidatos PSD

Ferreira Leite e Pedro Passos Coelho defendem «o fim de um serviço tendencialmente gratuito para todos». Santana discorda e aposta nas taxas moderadoras diferenciadas

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Economia, impostos e saúde foram os temas que mais tempo ocuparam nas respostas dos quatro candidatos à liderança do PSD, que esta sexta-feira realizaram o primeiro debate no Jornal Nacional, da TVI. Santana Lopes e Pedro Passos Coelho falaram mais, mas Manuela Ferreira Leite pode ter marcado mais pontos.

A estação de televisão de Queluz arrancou o debate com uma sondagem que dá folgada vitória a Ferreira Leite. A candidata arrecadou 43,3 por cento das intenções de voto dos sociais-democratas. Em seguida, Pedro Santana Lopes com 20,2 por cento e Pedro Passos Coelho com 19,2. Patinha Antão não atingiu um por cento.

O debate revelou-se curto no tempo e foi nas questões da economia e saúde que se encontraram mais divergências.

A ex-ministra das Finanças considera que a Saúde «não tem um problema de medidas, mas de políticas. E que a ideia de um serviço nacional tendencialmente gratuito para todos, deve ser revisto». Pedro Passos Coelho tem a mesma ideia e considera que a «universalidade na saúde» deve terminar.

Já Santana Lopes, insiste na tendência da gratuidade e universalidade fazendo a distinção com «as taxas moderadoras progressivas» que não se aplicariam «nos internamentos e cirurgias».

Descer ou não os impostos? Santana Lopes diz que «que se pode e deve». Ferreira Leite é cautelosa e defende que a carga fiscal não deve descer «quando se quer, mas quando se pode». Patinha Antão também defende uma baixa dos impostos e Passos Coelho apela a uma «reforma» dos papéis do Estado e a uma redução da despesa.

A aposta no investimento e os apoios às pequenas e médias empresas são para todos os candidatos ideias comuns, que variam na forma.

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Passos Coelho acredita que se o Estado der o exemplo e pagar as suas dívidas às empresa irá ajudar a economia injectando capital. Defendeu ainda uma maior «liberdade» para as empresas na sua gestão, com garantias de compromissos para os trabalhadores.

Ferreira Leite apostaria num maior investimento estrangeiro, mas reconhece necessidade em mexer nas leis laborais, em alguns pontos «mais rígidos». Santana Lopes também considera que o código do trabalho «não é o melhor para a situação actual do país».

Para a ex-ministra das Finanças, neste momento, a questão das «contas públicas, não é o problema mais urgente», mas sim a «emergência das questões sociais» como «o desemprego e os novos pobres».

Santana Lopes aproveitou algumas das suas respostas para recordar medidas do Governo que liderou e que, actualmente, surgem próximo das politicas do executivo liderado por José Sócrates. Por exemplo, «o conceito utilizador-pagador e as taxas moderadoras progressivas».

TGV e Ota?

Confrontados com dois grandes projectos do executivo socialista, o TGV e o novo aeroporto, os candidatos não alteravam o caminho seguido, uma vez que a decisão já foi tomada.

Santana considerou a alta velocidade «de interesse nacional» e apesar de nunca ter sido defensor do novo aeroporto, confessou que «não alteraria a decisão».

Já Manuela Ferreira Leite considera que, em democracia, «os governo não podem esquecer ou contrariar decisões tomadas e assumidas», no entanto, «diz não conhecer o suficiente sobre o dossier TGV para se pronunciar».

Patinha Antão falou menos que os seus concorrentes à liderança, mas justificou a candidatura com o seu «sentido de Estado e, por ter, do ponto de vista económico, «com alguma modéstia», a melhor solução para Portugal».
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