Passos: «Há despesas do Estado não contabilizadas» - TVI

Passos: «Há despesas do Estado não contabilizadas»

Líder do PSD diz que «se este sistema continua, o país precisará ou de mais dinheiro, ou de mais sacrifícios»

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O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira que há despesas do Estado que não estão a ser contabilizadas e apelou ao Governo que seja transparente nas contas e se não consegue travar essas despesas, que peça ajuda.

«Nós tivemos ainda ontem conhecimento oficial através do relatório da Unidade Técnica de Acompanhamento Orçamental (UTAO), que funciona junto do Parlamento, que a execução orçamental dos primeiros três meses, de Janeiro a Março deste ano, deixou de fora cerca de 200 milhões de euros de despesas que foram incorridas pelo Estado durante este período, mas que não foram contabilizadas para efeitos de défice. Reparem bem, se porventura os próximos três trimestres continuassem a registar este empurrar com a barriga de despesas que estão a ser realizadas, mas não estão a ser contabilizadas, nós, só com isso, acabaríamos o ano com mais mil milhões de euros de défice real, verdadeiro, que no entanto não estaria a ser contabilizado».

Questionado sobre que despesas são estas, Passos Coelho explicou que «a UTAO diz que são despesas com prestação de serviços, desde a área da limpeza, à área da segurança, informática, vêm sendo realizadas a pedido do Estado, e que no entanto não estão ainda devidamente contabilizadas, mas que alguém vai pagar».

«É apenas um exemplo», diz o líder do PSD. «Há várias outras despesas que não estão a ser reconhecidas, mas que a UTAO chama a atenção existir».

Por isso, Passos Coelho frisou que «temos que ter transparência nas nossas contas». «Se pedimos dinheiro emprestado para satisfazer as necessidades que temos, não podemos depois vir a dizer à União Europeia ou ao Fundo Monetário Internacional que fizemos mal as contas e que afinal precisamos de muito mais porque estivemos a esconder os números e agora não temos condições para cumprir aquilo que prometemos quanto ao défice. Nem os 5,9 por cento vamos cumprir».

«Se este sistema continua, o país precisará ou de mais dinheiro [da ajuda externa], ou de mais sacrifícios. Isto não é tolerável quando o Governo sabe que é o país que sofre com esta situação», disse e por isso apelou «ao Governo para que seja diligente e transparente na forma como estas despesas estão a ocorrer». «Se não consegue travá-las, que peça ajuda. Se consegue travar essas despesas, que comece rapidamente a pôr tudo em pratos limpos, porque senão, o país vai sofrer ainda mais com isso».



«Andar a fazer de valente, e dizer que defendemos Portugal porque fazemos uma conta bonita que depois vemos, começamos a tirar o verniz que está em cima dessa pintura e percebemos que afinal a situação não é essa, isso só prejudica o país. Não beneficia nada», critica o líder do PSD.
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