«Não temos petróleo, mas temos água e vento» - TVI

«Não temos petróleo, mas temos água e vento»

  • Portugal Diário
  • 31 ago 2007, 13:12
José Sócrates

Sabor será a primeira barragem a articular as energias eólicas e hídrica

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O primeiro-ministro, José Sócrates, definiu esta sexta-feira as energias eólica e hídrica como a aposta nacional para o futuro, apontando a barragem do Baixo Sabor como «a decisão política mais simbólica nesta matéria», informa a Lusa.

«Não temos petróleo, mas temos vento e água» disse o primeiro-ministro, em Torre de Moncorvo, na apresentação do aproveitamento hidroeléctrico do Baixo Sabor.

A barragem, que esteve envolvida num impasse ambiental que se arrastou por dez anos, foi hoje apontada por Sócrates como «um projecto verdadeiramente estratégico para o país» por simbolizar a estratégia nacional em matéria energética.

Será a primeira barragem a articular as energias eólicas e hídrica, armazenando a energia excedente da exploração do vento.

Contribuirá também para diminuir a dependência energética nacional, aumentar as reservas de água e para redução de emissões de CO2.

A sessão pública de apresentação do projecto contou também com a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho, que antecedeu a comparação dos recursos naturais feita pelo primeiro-ministro.

«O que seria se a Argélia não explorasse o seu gás e a Venezuela o seu petróleo. Portugal não estava a aproveitar a água e o vento», disse o ministro.

Manuel Pinho referiu ainda que em dois anos já foi feito mais nesta matéria do que nos últimos 20.

O ministro da Economia sublinhou que 2007 será um ano histórico no sector energético com o lançamento de mais 820 MW de capacidade hídrica nacional, num investimento total de 800 milhões de euros.

Vantagem do Sabor

O presidente da EDP, António Mexia, disse que a barragem do Sabor contribuirá para criar no Nordeste Transmontano as infra-estruturas necessárias à condução de energia eólica para a rede nacional de distribuição, cuja inexistência tem impedido o desenvolvimento da exploração da energia eólica na região.

Acrescentou que a obra será adjudicada e lançada até meados de 2008 e a barragem entrará em funcionamento em 2012/2013.

De acordo com os responsáveis, esta barragem, orçada em 354 milhões de euros, aumentará em 50 por cento a potência instalada.

É considerado um projecto com características únicas por contemplar uma reserva de água de emergência, a duplicação de armazenamento do Douro e contribuir para o controle das cheias neste rio de que é afluente o Sabor.

A barragem do Sabor vai conseguir, segundo António Mexia, controlar em um metro e meio o caudal do Douro em caso de cheias, «o que significa a diferença entre as pessoas terem a água à porta ou junto ao frigorífico».
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