Metro do Porto: PCP acusa Rui Rio de «operação de vitimização» - TVI

Metro do Porto: PCP acusa Rui Rio de «operação de vitimização»

Nova estação do Metro em Gaia (Foto: Filipe Caetano)

Presidente da autarquia portuguense demitiu-se do cargo de administrador não executivo

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A Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP considerou esta quinta-feira a demissão de Rui Rio da Metro do Porto uma «operação de vitimização», acusando-o de ser «cúmplice nos longos atrasos no desenvolvimento do projecto» da empresa, noticia a Lusa.

«A decisão agora anunciada por Rui Rio, de demissão da Metro do Porto, não pode deixar de ser vista como mais uma operação de vitimização, que deve ser interpretada à luz de uma gestão metropolitana, sob sua presidência, de clara submissão às pretensões do Governo», condena a DORP do PCP em comunicado enviado às redacções.

Segundo o mesmo documento, «Rui Rio é responsável pela entrega ao Governo da maioria no Conselho de Administração e cúmplice nos longos atrasos no desenvolvimento do projecto Metro do Porto».

«A DORP do PCP salienta o facto de desde Setembro de 2009 os autarcas terem visto suspensas as suas remunerações pela Metro do Porto, com base num parecer da PGR relativo à lei de 53-F/2006, de 29 de Dezembro. Facto que nos parece ser, no mínimo, esclarecedor sobre a proibição da acumulação de vencimentos imposta pela referida Lei», acrescenta a estrutura comunista.

Rui Rio anunciou esta quinta-feira que vai apresentar a demissão do cargo que desempenhava na empresa de transportes por não estar «disponível para ser enxovalhado», na sequência das notícias dos últimos dias sobre as remunerações dos autarcas na Metro do Porto.

O presidente da câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, solidarizou-se com esta decisão do presidente da Câmara do Porto, aguardando pela decisão da Junta Metropolitana do Porto para tomar a sua posição.

Vários autarcas que acumulam a função de administradores não executivos da Metro do Porto terão que repor os salários recebidos desde 1 de Janeiro de 2007.

Os autarcas que terão que devolver os salários auferidos são, para além de Rui Rio, Marco António Costa (Gaia), Mário de Almeida (Vila do Conde), Valentim Loureiro (Gondomar) e Guilherme Pinto (Matosinhos).

Fonte do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações disse hoje à Lusa que por agora não vai tomar qualquer posição sobre esta matéria.

Também a empresa Metro do Porto, SA afirmou não ter qualquer comentário a fazer sobre este tema.

A Junta Metropolitana do Porto garantiu quarta-feira que os autarcas com cargos na Metro do Porto «não cometeram nenhuma ilegalidade», considerando a decisão do Ministério das Finanças relativa à devolução das remunerações «um ataque indiscriminado e totalmente injustificado».

A Associação Nacional de Municípios Portugueses incitou, também quarta-feira, o «órgão competente da administração central» a esclarecer «cabal e factualmente» a questão dos vencimentos dos autarcas na sequência da polémica em torno do Metro do Porto.
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