«O sucesso do Governo será a tragédia do país» - TVI

«O sucesso do Governo será a tragédia do país»

No encerramento da Festa do Avante, Jerónimo de Sousa apelou à mobilização contras as medidas do Executivo

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O secretário-geral do PCP afirmou este domingo que o Governo PSD/CDS-PP tem revelado «a falsidade e embuste das suas promessas» eleitorais e defendeu que a execução do seu programa será «a tragédia do país», noticia a Lusa.

No discurso de encerramento da 35ª Festa do Avante, Jerónimo de Sousa afirmou que, «a manter-se esta política e este pacto» haverá outro «decénio que, tal como este último, não será apenas perdido mas de completo afundamento nacional», considerando «insuportável» o aumento do custo de vida.

«O sucesso do Governo PSD/CDS será a tragédia do país, o sucesso na concretização do seu programa de Governo será a catástrofe e a ruína dos portugueses (...) Disseram e quase juraram que não tocariam no subsídio de Natal, disse-o e quase jurou Passos Coelho, mas foi a primeira medida que tomou», assinalou Jerónimo, falando em «omissões deliberadas» como «o escandaloso aumento dos transportes».

O líder comunista, numa intervenção de quase uma hora, lançou diversos apelos à mobilização contra medidas que são «o sufoco das camadas populares» e respondeu directamente a Passos Coelho, que hoje deixou um aviso para os que pretendem «trazer o tumulto para as ruas».

«Tumulto social e destruição é aquilo que o Governo está a fazer», considerou Jerónimo, acrescentando que o primeiro-ministro «vai ter de contar com o começo e o crescendo da luta dos trabalhadores e do povo» e recebendo longos aplausos.

O secretário-geral do PCP disse ainda que «bastaram dois meses de Governo de Passos e Portas para mostrar a falsidade e o embuste das promessas e a real dimensão das consequências do programa» acordado com a troika.

Em contraponto, Jerónimo de Sousa acusou o Executivo de coligação «tapar o Sol com a peneira» e de «manobrar com uma pequena e pontual cedência na taxação dos grandes rendimentos que é uma falácia, tendo em conta o seu contributo ridículo, pelo seu valor global e em comparação com o esforço imposto a todos os trabalhadores assalariados».

«Os trabalhadores sempre foram o motor do desenvolvimento de lutas», afirmou, apelando já à presença na manifestação da CGTP, a 1 de Outubro.

«Duros combates? Sem dúvida. Dificuldades? Muitas. Perigos? Imensos. Mas as possibilidades, a confiança no partido, nos trabalhadores e no povo dão-nos muita força, muita esperança, muita coragem de que sim, é possível encetarmos um caminho novo e a luta redobrada por um futuro melhor», concluiu.
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