Combustíveis: para onde vai o seu dinheiro? - TVI

Combustíveis: para onde vai o seu dinheiro?

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Retalho e logística têm as menores porções

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A Autoridade da Concorrência explica, no relatório da sua investigação à formação dos preços dos combustíveis, encomendado pelo Governo, para onde vai o dinheiro que os portugueses pagam de cada vez que abastecem o depósito do seu carro.

As maiores fatias, como era já de esperar vão para o Estado, sob a forma de imposto, e para a Galp, à saída da refinaria.

Tomando como referência o preço de um litro de gasolina nos 1,38 euros, cerca de 43 cêntimos (31%) ficam com a Galp à saída da refinaria, dois cêntimos são para pagar a logística de transporte e armazenamento, 11 cêntimos ficam com os retalhistas (o que perfaz cerca de 10%) e os restantes 82 cêntimos (quase 60%) vão para os cofres públicos, sob a forma de imposto.

Já no caso do gasóleo, a 1,22 euros por litro, a refinação fica com 52 cêntimos (42,6%), a logística com dois cêntimos, os retalhistas com 11 (cerca de 10% no conjunto) e o Estado cobra 57 cêntimos de imposto (46,7%).

Galp cobra tanto como outras refinarias

Apesar de parecer muito aquilo com que cada elemento da cadeia fica, há que lembrar que esses valores não são apenas lucro, já que têm de servir para pagar os custos que cada um tem. No caso da refinação, o presidente da Autoridade da Concorrência, que esteve esta manhã na Assembleia da República a apresentar as conclusões da sua investigação, garante que os preços praticados pela Galp à saída da refinaria estão «muito próximos dos praticados a nível internacional».

«No preço de venda ao público da gasolina, 41% é custo e no preço de venda ao público do gasóleo 52% é custo», explicou Manuel Sebastião.

Olhando para os preços antes de serem aplicados os impostos, à saída da refinaria correspondem 77% no caso do gasóleo e 80% no caso da gasolina, na logística ficam 3,5% e 3%, respectivamente, e no retalho os restantes 20% e 17%, respectivamente.

Bombas dos hipers vendem mais barato porque abdicam de parte da margem

É assim fácil de explicar como é que as bombas de combustíveis que se situam junto dos hipermercados conseguem praticar preços mais baixos: «esse desconto sai da margem de retalho, que é de cerca de 11 cêntimos. Essas gasolineiras conseguem um desconto de cinco cêntimos, nalguns casos até mais, porque abdicam de parte da sua margem. Utilizam a margem que podem para vender mais barato», explicou o presidente da Autoridade.
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