Envolve leite, arroz, café, conservas e produtos hortifrutícolas. A mais recente «grande investigação» da Autoridade da Concorrência (AdC) centra-se no sector da distribuição.
A garantia é do presidente da AdC que, esta terça-feira, referiu no Parlamento tratar-se do caso que está a ocupar a instituição «neste momento». Manuel Sebastião esclareceu que a investigação em causa visa analisar «o relacionamento entre os produtores e a distribuição», explicando que não partiu «de queixas», mas sim de manifestações de preocupação que foram chegando à Autoridade da Concorrência.
«Na grande distribuição, não temos denúncias, mas estamos a avançar e procuraremos dar uma resposta consequente. Vamos analisar um conjunto de produtos e serviços ao nível da grande distribuição, entre os quais o arroz, o leite e a hortofruticultura», afirmou, acrescentando posteriormente aos jornalistas que em investigação estão também produtos como o café e as conservas.
Sem data para terminar
O responsável afirmou que já foram tomadas «algumas diligências» e contactadas algumas entidades para recolha de informação, nomeadamente, a direcção-geral de Agricultura.
«Vamos basear-nos em dados muito concretos e precisos que neste momento estamos a tentar obter», afirmou o responsável que não se comprometeu com uma data para a conclusão da investigação. A morosidade dos processos foi, aliás, uma das principais criticas apontadas pelos deputados ao presidente da AdC.
Manuel Sebastião afirmou que no controlo das concentrações a entidade reguladora tem reduzido os prazos de análise, que estão a demorar em média entre os dois e os cinco meses, mas que nas práticas restritivas ainda existem melhorias a fazer.
Outros casos sob investigação
Manuel Sebastião revelou ainda que a AdC está a analisar outras situações, nomeadamente, algumas queixas em relação à Tabaqueira. Em análise na AdC estão também as relações entre as oficinas de automóveis e as empresas de reboque, as oficinas de automóveis e as seguradoras, a utilização dos espaços cemiteriais, cuja análise «está a ser finalizada», e os painéis solares, sobre os quais a entidade está a «pedir informações às entidades oficiais».
Quanto à banca, Manuel Sebastião considera que se trata de um sector bastante concorrencial e que a cobrança de preços semelhantes em relação a determinados serviços se deve ao facto de os bancos venderem produtos homogéneos, competindo por outras variáveis que não o preço.
«O facto de copiarem preços não é indício de concertação», explicou.
Leite, arroz, café e conservas sob «grande investigação»
- Redação
- RPV
- 7 jul 2009, 20:56
Autoridade da Concorrência diz que caso na distribuição está a concentrar atenções
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