2007 ainda não será o ano da recuperação económica - TVI

2007 ainda não será o ano da recuperação económica

Portugal

Para a Associação Empresarial de Portugal (AEP) a economia portuguesa em 2007 deverá manter «um andamento claramente inferior à média da União Europeia, apesar da esperada redução desta, de 2,8 por cento para 2,4%».

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De acordo com a associação liderada por Ludgero Marques, a aceleração do produto interno bruto (PIB) em 2007 será explicada pela formação bruta de capital fixo (sobretudo empresarial), cuja taxa de variação média anual deverá regressar a valores positivos, e pelo consumo privado, que deverá acelerar um pouco, «em linha com a evolução do rendimento disponível real (a qual compensará parcialmente o efeito restritivo da subida das taxas de juro e do elevado nível de endividamento das famílias)».

A AEP alerta, no entanto, para uma possível contracção do consumo público e uma redução do contributo da procura externa líquida, devido «a um abrandamento das exportações, em linha com a esperada moderação do crescimento dos mercados externos».

Emprego manterá ritmo de crescimento

Para a Associação Empresarial de Portugal, o emprego deverá crescer a um ritmo semelhante ao de 2006 e que rondou os 0,6%. Por outro lado, de acordo com a associação, a taxa de desemprego irá registar «uma virtual estabilização face ao ano anterior, reflectindo um ritmo de crescimento do PIB ligeiramente acima do produto potencial».

Já as exportações de bens e serviços deverão ser, no entender da mesma, «o motor da actividade económica pelo lado da despesa, num contexto de estabilização das quotas de mercado das exportações portuguesas»

A AEP alerta, no entanto, que a actividade do sector nacional de bens e serviços transaccionáveis irá «sofrer novos choques negativos, num contexto de aumento da concorrência internacional associado à intensificação do processo de globalização». Isto significa, para a entidade liderada liderada por Ludgero Marques, «é ainda difícil avaliar se a recente evolução favorável das exportações corresponde já a um fenómeno de cariz estrutural ou apenas a um comportamento de natureza temporária».

Investimento público deverá cair

Também o investimento total continuará, no entender da Associação Empresarial de Portugal, «a evidenciar uma evolução abaixo da média da economia apenas a OCDE, ainda que se antecipe já uma taxa de variação positiva. Apenas o investimento empresarial terá margem para um crescimento real, respondendo em particular à melhoria do clima de confiança empresarial e ao estímulo fornecido por um crescimento prolongado das exportações».

Segundo a AEP «espera-se uma nova queda do investimento público, em particular na componente com financiamento comparticipado por fundos da União Europeia (que deverão diminuir), e do investimento das famílias em habitação, reflectindo tanto um efeito de saturação (face aos fortes crescimentos do stock de habitação registados até 2000), como as restrições financeiras das famílias (decorrentes do elevado nível de dívida acumulada e da subida das taxas de juro)».
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