AdC «esqueceu-se» de exigir qualidade de serviço após OPA - TVI

AdC «esqueceu-se» de exigir qualidade de serviço após OPA

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O Sindicato de Trabalhadores da PT (STPT) acusa a Autoridade da Concorrência (AdC) de basear o projecto de decisão da OPA lançada pela Sonaecom à operadora de telecomunicações, na concorrência e consequente redução de preços ao consumidor.

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O STPT vai mais longe, ao referir que a Concorrência se esqueceu de pontos tão fundamentais como «a qualidade do serviço prestado ao cidadão».

Entre os remédios apresentados pela AdC não consta «a manutenção do serviço universal e acessível alargado à banda larga, exigindo o investimento em redes de nova geração», acusa o sindicato.

A Autoridade da Concorrência considera que «há muito que as decisões das entidades reguladoras do sector no País não têm demonstrado grande preocupação com a boa qualidade de serviços prestados ao cidadão, como o fazem na redução dos preços».

Na opinião dos trabalhadores da operadora de telecomunicações, para que as preocupações fossem mais alargadas teriam de exigir aos gestores das empresas operadoras de telecomunicações a manutenção de postos de trabalho com qualidade e estabilidade e a exigência da liberdade de oposição sindical à gestão e capacidade negocial para negociar acordos colectivos.

O STPT refere que tal não acontece no Grupo PT com excepção da PT-C (onde existe um Acordo de Empresa), tal não acontece na Sonaecom e nas empresas do seu Grupo.

Separação das redes conduz a «desmembramento» do Grupo Pt

Os trabalhadores da empresa liderada por Henrique Granadeiro consideram que «não é aceitável do ponto de vista da qualidade e da estabilidade dos postos de trabalho do Grupo PT a aceitação pela AdC da divisão do Grupo PT em duas empresas concorrentes, separando a rede de cabo do cobre».

Isto porque julgam que tal decisão, levará inevitavelmente ao desmembramento do Grupo, ao seu «desaparecimento» a médio prazo enquanto estrutura empresarial.

O STPT diz que as consequências podem ainda ser mais drásticas, já que «acabará por tornar inviáveis, sob o ponto de vista económico e financeiro, a manutenção de áreas importantes para o desenvolvimento da empresa e do país para prestação dum serviço público aonde estão ligados a maioria dos trabalhadores da PT».

Como exemplo, refere a alienação duma das redes coincidir com a alienação da TV Cabo, a empresa que «sobrar» da rede fixa terá de dispensar (despedir) cerca de 3.500 trabalhadores, para permitir aproximar o rácio entre o volume de receitas e número d trabalhadores do registado no negócio do Cabo.

«As decisões da AdC, poderão favorecer os accionistas, ser bom para o mercado, e para a OPA da Sonaecom, mas são as piores soluções para os trabalhadores, para os consumidores e para o desenvolvimento das telecomunicações», conclui o sindicato.
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