Constâncio vai explicar caso BCP em dia de maior polémica - TVI

Constâncio vai explicar caso BCP em dia de maior polémica

Vitor Constâncio

Operações ilícitas no banco estão a ser investigadas pelo regulador e pela CMVM

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O governador do Banco de Portugal vai esta sexta-feira prestar explicações aos deputados da Assembleia da República sobre o caso de alegadas ilegalidades no BCP, sobre as quais sempre disse nada saber. Isto no dia em que o jornal «Público» divulga cartas oficiais trocadas entre a administração do banco privado e o governador.

A oposição quer ouvir Vitor Constâncio falar da actuação do regulador na investigação a operações ilícitas no seio do BCP. Estas operações terão ocorrido no início da década e terão sido analisadas em 2004, quando Constâncio já era governador do Banco de Portugal. Razões que levaram muitas vozes a apelidarem a actuação do regulador de fraca e tardia.

Constâncio sabia ou não?

No fundo, os deputados querem saber se o Banco de Portugal sabia ou não destas irregularidades e, se não sabia, como é que não as detectou no decurso da sua actividade de regulador.

O governador sempre disse desconhecer as irregularidades até terem sido denunciadas, nomeadamente pelo accionista do BCP Joe Berardo, que levou inclusivamente o caso à Procuradoria-geral da República. Mas esta sexta-feira o «Público» diz ter tido acesso a cartas oficiais trocadas entre Constâncio e a administração do BCP e garante que o governador tinha conhecimento desde 2001.

Quem também está debaixo de fogo e será igualmente ouvido no Parlamento, em data ainda a marcar, é o actual ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, que na altura era presidente da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM). Já o actual presidente do regulador da bolsa, Carlos Tavares, será ouvido a 24 de Janeiro.

Audição marcada para as 15 horas

A audição de Vitor Constâncio pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças está marcada para as 15:00 horas.

A oposição quer também explicações sobre a alegada interferência do Banco de Portugal na anterior administração do Millennium. Embora não tenha proibido ninguém de integrar as listas candidatas aos órgãos sociais do banco, Constâncio disse que as investigações em curso no BdP e na CMVM tinham encontrado fortes indícios de irregularidades praticadas no BCP, e alertou para os riscos em caso de algum dos antigos administradores que integrasse as novas listas, vir a ser responsabilizado pelas irregularidades. Recorde-se que Filipe Pinhal acabou por retirar a sua candidatura e a lista que encabeçava acabou por cair.
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