Dívidas das famílias portuguesas equivalem a 84% da riqueza nacional - TVI

Dívidas das famílias portuguesas equivalem a 84% da riqueza nacional

Vítor Constâncio

As dívidas das famílias portuguesas equivalem a 84% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Banco de Portugal (BdP).

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O Governador da instituição esteve esta manhã na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, onde falou desta matéria. Vítor Constâncio admitiu que este é um valor elevado, mas lembrou que existem percentagens ainda mais elevadas noutros países europeus, como Holanda e Dinamarca, sendo que também no Reino Unido o peso do endividamento das famílias é semelhante.

Segundo o responsável, também a Espanha se tem aproximado destes valores, com o crédito a crescer 21% no país vizinho, devido ao recente período de baixas taxas de juro.

No ano passado, o crédito em incumprimento até baixou em Portugal, passando de 1,51% do total para 1,28%.

Riqueza das pessoas aumentou

«Em termos reais, as taxas de juro continuam baixas», afirmou, perante os deputados, acrescentando que «passámos para um regime de inflação baixa e há maior capacidade de endividamento. Quebra das taxas de juro quer dizer que a riqueza das pessoas aumentou».

Por isso mesmo, o Banco de Portugal pede, desde 2002, aos bancos que façam as suas simulações com mais 200 pontos base do que a taxa de juro praticada no momento das simulações. Assim, os portugueses podem verificar se poderão continuar a pagar as prestações dos créditos num cenário de subida do preço do dinheiro.

Constâncio admitiu que a subida das taxas de juro tem mais impacto em Portugal que noutros países, devido ao endividamento. Sobre a evolução da economia, o governador considera que a economia europeia está em retoma e a de Portugal também, «embora um pouco abaixo».

Crédito concedido aumentou 11,5%

Na apresentação do balanço consolidado do sistema financeiro, o governador adiantou que o crédito líquido a clientes aumentou 11,5% para 222,9 mil milhões de euros em 2006.

O activo total dos bancos cresceu 10,3% para 337,4 mil milhões de euros, e os capitais próprios alcançaram os 21,66 mil milhões, mais 21,7%. Os recursos de clientes aumentaram igualmente, 5% para 156,6 mil milhões de euros.

A margem financeira aumentou 11,5% para 6,02 mil milhares de euros. Do mesmo modo, o produto bancário registou uma subida idêntica para 10,93 mil milhões de euros.

Os resultados líquidos do sector ascenderam a 2,75 mil milhões de euros, mais 24,9% que em 2005, uma evolução que Vítor Constâncio considera «normal».

No que se refere ao rácio de eficiência, deu-se uma melhoria para 49,1% em 2006, com o crédito bancário a representar 126,8% do PIB em 2005, face aos 163,4% do ano 2000.
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