EDP acusada de prejudicar clientes - TVI

EDP acusada de prejudicar clientes

EDP

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) acusa a EDP Distribuição de não ter aproveitado os incentivos que a regulação lhe assegurou para fazer baixar os custos operacionais.

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Em suma, volta criticar o grupo energético nacional de falta de eficiência na redução de custos, factor com reflexos na fixação da tarifa final da electricidade.

Numa análise sobre o desempenho e as previsões das empresas reguladas, citada pelo «Diário Económico», é referido que «a actividade de distribuição de energia eléctrica está sujeita a uma regulação dos preços máximos, segundo o qual a empresa retém os ganhos de eficiência que vier a alcançar». No entanto, sublinha a ERSE, «verifica-se que, à excepção do ano de 2002 e do estimado para 2006, o distribuidor aumentou os seus custos ao longo do período em análise, não tendo, deste modo, aproveitado os incentivos que a regulação lhe proporcionou».

Para 2007 é apontado um acréscimo médio dos custos operacionais totais das actividades reguladas da EDP de 4,6%. Dos 1.372 milhões de euros previstos para o corrente ano, face aos 1.311 milhões de euros registados em 2006, cerca de 78% são relativos ao negócio de distribuição, 13% à comercialização de redes e o restante à comercialização propriamente dita.

A diferença entre custos e proveitos operacionais deverá passar, a preços correntes, de 830 milhões para 865 milhões de euros, durante o mesmo período. Em 2001, esse valor era de 721 milhões de euros.

Quando analisada a estrutura de custos, a ERSE refere que se verifica que uma das suas principais parcelas são as amortizações, com um peso aproximado de 30% ao longo do período em análise.

Outra é os custos com pessoal que 2006 se situaram perto dos 26%, «mas apresentando uma notória tendência de diminuição de importância desde 2003, ano em que arrancou o Plano de Apoio à Restruturação», o qual permitiu repassar à tarifa, ao longo dos próximos anos, os encargos com reformas e rescisões de 1.410 trabalhadores, entre 2003 e 2005.

Igualmente relevante são as rendas de concessão celebradas com os municípios, cujo valor não tem parado de crescer desde 2001, passando de 17% para 22,1%, em 2007. Refere a ERSE que «a trajectória que o peso dos fornecimentos e serviços externos apresentam é paradigmática da estratégia da empresa de colmatar a saída de pessoal com o recurso, cada vez maior, à prestação de serviços de terceiros». Salienta, por outro lado, que «é disso expressivo a alteração do peso previsto para 2005 em diante, depois de até 2004 se ter observado uma diminuição desta rubrica da estrutura de custos da distribuição de electricidade».

Fonte da EDP afirmou ao DE que a empresa só conseguirá ganhos superiores reduzindo custos e obtendo maior eficiência, uma tarefa que considera ser cada vez mais difícil de alcançar.
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