Ricciardi defende fim de joint-venture da PT com a Telefónica

O responsável sublinhou que a operadora portuguesa nunca venderá a Vivo, a menos que encontre uma solução para continuar no mercado brasileiro.

Citado pela «Lusa, o também presidente do BESI comentava, assim, a oferta que a espanhola Telefónica fez à PT, que de acordo com o Financial Times é de 3 mil milhões de euros, para a compra da parte que ainda não detém na operadora de telecomunicações brasileira Vivo.

Ricciardi explicou que «a visão estratégica da Telefónica é diferente da PT, não fazendo, por isso, sentido que um parceiro que não está de acordo com o objectivo do núcleo estratégico da empresa portuguesa fique» num projecto conjunto, a Vivo.

PT só vende Vivo quando tiver alternativa

De acordo com o responsável, a PT só vai vender a sua posição na Vivo se e depois de encontrar uma solução para continuar no Brasil.

Sobre as negociações da PT para compra de eventuais operadoras no mercado brasileiro, Ricciardi adiantou que «não há qualquer proposta firme», mas continua a haver contactos com a Telemar e com a Brasil Telecom.

Sobre um calendário para resolução da questão Vivo no Brasil, o administrador do BES - banco que é accionista estratégico da PT -, referiu que este tipo de operações é de «grande complexidade», escusando-se a adiantar uma data para que possa haver uma clarificação da PT no mercado brasileiro.

Nas últimas semanas, governantes portugueses e brasileiros mostraram-se favoráveis à criação de um grande grupo de telecomunicações luso-brasileiro, que nascesse da fusão da Brasil Telecom e da Oi (Telemar) e onde a PT viesse a tomar uma participação, lembra a «Lusa».

A PT nunca confirmou este cenário, ou que estejam em curso esforços neste sentido, mas muitos analistas, portugueses e brasileiros, têm apontado que esta seria a única alternativa viável para que a PT aceitasse sair da Vivo, mas garantindo a permanência no Brasil.

Em declarações publicadas hoje no «Diário Económico», o presidente da PT, Henrique Granadeiro, assegurou que a empresa não está vendedora da sua posição na Vivo, nem recebeu qualquer proposta de compra por parte da Telefónica, contrariando as afirmações do presidente da Telefónica.

César Alierta afirmou, em entrevista publicada na terça-feira no «Financial Times», que a Telefónica propôs à PT a compra das suas acções na Vivo, embora não especifique o montante da oferta.

Segundo o jornal britânico, a oferta é de três mil milhões de euros e a PT tem até Agosto para responder às pretensões dos parceiros espanhóis.