Situação pessoal dos portugueses mais optimista que situação do País

Os portugueses estão mais confiantes quanto à sua situação financeira pessoal do que quanto à situação do País.

Esta é a principal conclusão de um estudo promovido pela Allianz, em conjunto com a empresa de estudos de mercado GfK, junto dos habitantes de dez países europeus. Os resultados mostram que, em Portugal, pouco mais de um quarto dos 1.005 inquiridos (26%), estão confiantes acerca do seu futuro pessoal nos próximos 12 meses.

Os habitantes do Litoral Norte, Alentejo e Algarve são os mais confiantes, estando na liderança da confiança pessoal, com 30% cada, seguidos pelas populações da Grande Lisboa (29%), Grande Porto (27%) e Interior (25%). A população menos optimista reside no Litoral (22%).

O optimismo pessoal é mais elevado entre os jovens até aos 29 anos (46%), valor que decresce para 26% para os que têm entre 30 e 49 anos. De uma forma geral, pode-se observar que o optimismo diminui fortemente com a idade, atingindo 18% para os inquiridos com idade igual ou superior a 50 anos.

Globalmente, a população vê a sua situação pessoal de forma mais positiva que a actual situação do País. Apenas um em cada cinco portugueses (20%) se sente optimista em relação ao rumo do País, e o nível de preocupação situa-se nos 77% para os escalões etários acima de 30 anos.

Economia, pensões, saúde e segurança no emprego lideram preocupações

A situação económica em geral é o aspecto em relação ao qual os portugueses revelam maiores preocupações (79%), seguida do sistema de pensões da segurança social (76%). A saúde pública e assistência, assim como a segurança no emprego dão as outras duas maiores preocupações, reflectidas na ordem dos 73% e 70%, respectivamente, de pessoas preocupadas ou muito preocupadas.

O assunto que desempenha um papel relevante no futuro do País e que os portugueses consideram mais positivo, é a qualidade das escolas e universidades, que reúne 17% de opiniões favoráveis.

Quando questionados em relação à situação pessoal, o nível de confiança dos inquiridos é manifestamente mais elevado. Acerca das suas casas e famílias, 64% declaram-se satisfeitos pelo facto de viverem numa casa em que se sentem confortáveis, e 41% estão satisfeitos com as suas famílias. O maior índice de preocupação surge em relação à segurança no emprego (23%) e às reformas (16%).

Os homens (15%) são ligeiramente mais optimistas acerca do futuro do País do que as mulheres (11%). Esta diferença aumenta ainda no que respeita à vida pessoal, com 32% de homens optimistas face a 23% de mulheres.

Futuro de Portugal parece ser o mais negro

Quando comparados os resultados obtidos para Portugal com os dos restantes países que participaram do estudo, nota-se que também os habitantes dos vários países europeus encaram de forma mais positiva a situação pessoal actual e futura, do que a situação dos seus países. Na generalidade, poucos são os países nos quais a população encara o futuro com optimismo.

Actualmente, austríacos (35%) e turcos (30%) assumem o espírito mais positivo sobre a situação geral dos seus países. Croatas, russos e espanhóis (todos com 24%) encontram-se agrupados a meio da tabela, seguidos de perto por alemães (23%). Os portugueses são, declaradamente, a população que encara de forma menos positiva (somente 6%) a situação.

Os italianos (35%) são o povo mais optimista da Europa. Um em cada três austríacos (33%) está igualmente «confiante ou muito confiante» acerca do futuro. Do terceiro ao quinto lugar, encontram-se a Rússia (29%), a Croácia (27%) e a Alemanha (26%). Também neste aspecto, Portugal ocupa a cauda do ranking (13%).