Campos e Cunha diz que local do aeroporto deve ser escolhido este ano - TVI

Campos e Cunha diz que local do aeroporto deve ser escolhido este ano

Luís Campos e Cunha, ministro de Estado e das Finanças

A decisão final sobre a localização do novo aeroporto internacional de Lisboa deve ser tomada durante este ano. Quem o defende é o ex-ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha.

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O ex-ministro «bateu com a porta» e abandonou o actual Executivo, liderado por José Sócrates, precisamente entre rumores de desentendimento com outros membros do Governo, devido ao novo aeroporto.

«Não fui contra a Ota, eu não estava era convencido, o que é uma coisa diferente», disse aos jornalistas, à margem de um colóquio sobre fiscalidade e competitividade, que decorre na Assembleia da República. «Eu não estudei a fundo o tema do aeroporto, são com certeza milhares de páginas, e nem sequer sou especialista na matéria. Portanto, tinha perguntas a fazer e expressei-as», lembrou.

Quase dois anos depois, a polémica em torno do novo aeroporto, e sobretudo da sua localização, continua. O aparecimento recente de um estudo que aponta Alcochete como alternativa à Ota mereceu o benefício da dúvida por parte do Governo, que aceitou estudar essa possibilidade. Um novo estudo foi encomendado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que terá seis meses para averiguar a viabilidade e as vantagens de construir ali o novo aeroporto, em vez de o fazer na Ota. Evoluções que vêm dar alguma razão às dúvidas há muito expressadas por Campos e Cunha.

«Em certo sentido, pessoalmente, posso ficar satisfeito, mas fico triste porque essas perguntas deviam ter sido respondidas logo no início», disse. Para o ex-ministro, além da perda de tempo, o mais negativo é «o desgaste em termos da decisão pública, que é prejudicial».

Portela mais um pode ser alternativa à Ota e Alcochete

Para o catedrático, é consensual que é necessário um novo aeroporto. «Quem chega às sete da manhã ao aeroporto de Lisboa, percebe que aquilo parece mais uma feira da ladra que propriamente um aeroporto», ironiza.

Mas quanto à necessidade de construir um aeroporto no modelo que tem sido defendido pelo Governo, Campos e Cunha tem, uma vez mais, dúvidas. «A possibilidade de termos um pequeno aeroporto a ajudar a Portela vai ser necessária, segundo dizem os especialistas (Alverca, por exemplo). A minha única pergunta é saber se essa não poderia ser também uma solução, não para dois ou três anos, mas para 10 ou 20 anos».

Independentemente do local escolhido, para Campos e Cunha começa a tornar-se importante que se escolha. «Tem de haver um momento durante este ano, em que temos de decidir. Começa a ser um bocado embaraçoso até em termos internacionais a incapacidade do País para tomar decisões».
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