Salgueiro diz que há aproveitamento político no caso BPN

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), João Salgueiro, considera que a polémica à volta do caso BPN tem tido um aproveitamento político.

O responsável, que desvaloriza as críticas à volta do trabalho de supervisão, afirma que casos destes estão sempre a acontecer e é impossível detectá-los a todos. O problema, diz, está na prevenção.

João Salgueiro lamenta, por isso, a politização que se tem feito a este caso, nomeadamente as acusações de que o Governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, tem sido alvo e que levaram muitos partidos a acusá-lo de ter falhado no BCP e agora BPN, pedindo a sua demissão.

«Parece que os partidos se pronunciaram enquanto partidos e não enquanto membros de uma entidade que é o Parlamento, que tem que ajudar numa altura de crise», disse aos jornalistas à margem de um almoço promovido pela Câmara do Comércio Luso-espanhola, onde falou sobre a crise.

«Em nenhum país se está a misturar a política com a supervisão bancária», sublinhou ainda.

Perto da crise, BPN não é nada

Ainda assim, diz acreditar que este foi um caso excepcional e que este acontecimento perto da crise económica que se vive não é nada.

Recorde-se que, já o Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, tinha admitido, na sua audição esta semana no Parlamento, que «haverá sempre fraudes e corrupções» no sistema, e que não é por «haver falhas de supervisão».

Constâncio salientou ainda que as denúncias são cruciais na detecção de fraudes e que o BPN era viável até aos recentes problemas de solvabilidade e de liquidez.