Nuno Gomes foi expulso já depois do penalty de Zidane que terminou com o Portugal-França.
O avançado recorda o momento, embora refira que no relvado não se apercebeu do cartão vermelho que lhe foi exibido: «Perdi a cabeça? Quem perdeu a cabeça foi a equipa de arbitragem! Uma decisão daquelas não se pode tomar assim. Sou filho de boa gente e como tal reajo às injustiças. Reagi com os nervos à flor da pele, nada mais. No campo não vi que tinha sido expulso, mas já me disseram que sim. Só não sei se o árbitro escreveu alguma coisa no relatório. Protestei de forma revoltada, mas educada. Não fui agressivo para ninguém e por isso estou de consciência tranquila.»
Nuno Gomes deixa a visão sobre dois lances que marcaram o encontro: «Dentro de campo tive a sensação de que não houve penalty e quase a certeza de que houve fora-de-jogo no lance do primeiro golo da França. Não vi imagens na TV, mas tenho essa convicção.»
Comentando o quarto golo apontado neste Europeu, Nuno Gomes lembra que «foi das primeiras oportunidades do jogo» e revela que «foi um momento de inspiração».
«Assim que vi a bola ganhei confiança para rematar. O meu melhor pé é o direito, mas também chuto bem com o esquerdo e tenho confiança suficiente para tentar sempre. Nestas situações não hesito», acrescenta o dianteiro português.
Numa espécie de balanço, Nuno Gomes diz que «pessoalmente o Euro correu bem», mas não esconde a mágoa que sente agora: «Infelizmente não alcançámos o nosso sonho. Em dois minutos foi tudo por água abaixo...»
«Portugal está farto de ser enganado» (Rui Costa)
Rui Costa fala da «muita tristeza» que se abateu sobre todos os jogadores da Selecção portuguesa.
«Estamos muito tristes por ter acabado o nosso sonho. Especialmente por ter acabado assim», declara Rui Costa, que no entanto confere algum mérito ao adversário: «A França é campeã do Mundo e mostrou hoje porquê. Jogou muito bem, dominou a maior parte do encontro e talvez até tenha merecido esta vitória. Mas não desta forma.»
«Portugal está farto de ser enganado em situações como esta», desabafa o médio, justificando em seguida a calma que aparentemente manteve no momento decisivo do jogo, quando Gunter Benko consultou o árbitro auxiliar e apontou em seguida para a marca de penalty: «Também estava nervoso, vontade de fazer outras coisas não me faltava, mas o que se passou comigo na Alemanha [a célebre expulsão de que foi alvo por parte do francês Marc Batta quando saía do terreno para dar lugar a um companheiro] chegou e sobrou para eu perceber que temos de saber manter a calma.»