Trabalhadores da PT temem escalada de redução de empregos - TVI

Trabalhadores da PT temem escalada de redução de empregos

  • Rui Pedro Vieira
  • 19 nov 2007, 19:37
PT: Trabalhadores contra desmembramento

Operador suprimiu 38% dos postos de trabalho desde 2002, face aos 22% da média europeia

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT), Jorge Félix, está preocupado com as condições de trabalho dos funcionários da Portugal Telecom. Perto da reunião com a administração da empresa marcada para esta terça-feira, o porta-voz do STPT disse à «Agência Financeira» que a PT reduziu o número de postos de trabalho em 38 por cento desde 2002, quando a média europeia se situa nos 22%.

«Estabilidade? A administração disse na altura da OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Sonaecom que em causa estariam 4 mil postos de trabalho caso a operação fosse em frente. No entanto, após o spin-off com a PT Multimédia, Henrique Granadeiro já anunciou a redução de mais 2 mil postos de trabalho», sublinhou Jorge Félix.

O presidente do sindicato referiu que a redução de pessoal até ao momento «tem sido devidamente negociada», mas teme que os direitos dos trabalhadores, nomeadamente os planos de saúde, a evolução profissional e os fundos de pensões possam sofrer mudanças neste novo cenário da empresa de telecomunicações. «Queremos a garantia da manutenção dos compromissos que têm connosco», acrescentou.

Segundo dados do sindicato de trabalhadores, a administração da PT conseguiu reduzir no primeiro semestre deste ano os custos futuros com os trabalhadores em 400 milhões de euros. Já no seu relatório de contas referente aos primeiros nove meses do ano, a PT gastou 142 milhões de euros com custos do programa de redução de efectivos. O valor refere-se à redução de 482 trabalhadores.

Os custos com a redução de pessoal subiram assim 48 por cento nos primeiros nove meses deste ano, face aos 96 milhões de euros no período homólogo.

PTM «tem vantagens sobre PT com spin-off»

Ao querer conhecer a estratégia da PT para o próximo ano, o STPT tem já uma posição quanto ao «spin-off» materializado no passado dia 7: a PT Multimédia sai em vantagem. «A PTM terá vantagens por ter maiores capacidades de investimento e mais margem para crescer», disse à «Agência Financeira» Jorge Félix.



«A concorrência poderá ser efectiva, mas não basta baixar os preços, é preciso assegurar a qualidade dos serviços», sublinhou também.



O STPT considera que a PT «está uma empresa mais fraca» desde que se separou da PT Multimédia e conta confrontar a administração com «as discordâncias do spin-off como solução que responda aos interesses dos consumidores, dos trabalhadores e ao desenvolvimento da PT».



Francisco Nunes representará Henrique Granadeiro

Para Jorge Félix, o papel dos reguladores do sector, «que andam alheados» do processo, também são alvos de um apelo: «Onde está a abertura regulatória, agora que a Comissão Europeia defende outro tipo de soluções, nomeadamente, a separação vertical do negócio grossista e retalhista?», questiona.

A direcção do STPT refere ainda que queria o presidente da empresa, Henrique Granadeiro, presente na reunião desta terça-feira à tarde, mas a administração da PT será representada por Francisco Nunes. O encontro já havia sido solicitado pelo sindicato em Abril e Setembro deste ano.

Na bolsa em Lisboa, as acções da PT encerraram a desvalorizar 1,40% para os 9,30 euros.
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