Vila Real: socorro vai demorar mais tempo - TVI

Vila Real: socorro vai demorar mais tempo

  • Portugal Diário
  • 28 dez 2007, 13:34
Ambulâncias [Arquivo]

Bombeiros «sem capacidade de resposta». E ambulâncias vão ficar caras

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Os bombeiros dos concelhos afectados pelo encerramento de serviços de saúde em Vila Real, estão preocupados com o aumento do tempo de ocupação dos meios e dos custos a cobrar aos utentes devido às deslocações à sede do distrito.

O Governo fechou às 00:00 de hoje cinco serviços de saúde no distrito de Vila Real, nomeadamente o atendimento nocturno nos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Alijó, Murça e Vila Pouca de Aguiar, o bloco de partos do Hospital de Chaves e o Serviço de Urgência do Hospital D. Luiz I, no Peso da Régua. Vila Real é agora, por isso, o destino dos milhares de utentes abrangidos pela reforma concretizada pelo Ministério da Saúde.

«Temos toda a estrutura montada, contamos com uma ambulância do INEM e uma equipa de 12 elementos, mas, se o número de doentes aumentar ou se houver dois serviços ao mesmo tempo, deixamos de ter capacidade de resposta», disse hoje à Lusa o comandante dos bombeiros de Murça, Joaquim Teixeira.

E se a deslocação mais longa para os bombeiros de Murça demorava cerca de «20 minutos», a partir de agora vai demorar de «uma hora a uma hora e meia», pois, segundo o responsável, é necessário transportar os utentes para Vila Real.

Por sua vez, António Fontinha, comandante dos bombeiros de Alijó, alertou para o aumento dos custos para os utentes. É que se o serviço não for requisitado pelo INEM, terão que ser os próprios utentes a pagar as deslocações, nas viaturas dos bombeiros, até Vila Real, sendo-lhes cobrado 40 cêntimos por quilómetro, de acordo com a tabela estabelecida pelo Ministério da Saúde. António Fontinha diz mesmo que é preferível aos doentes ligarem directamente para o 112.

Segundo explicou Joaquim Teixeira, se os doentes não justificarem a deslocação de emergência ao hospital, os bombeiros terão que cobrar o serviço aos utentes. «Uma coisa é certa, vamos demorar muito mais tempo na prestação do socorro às populações. Mais do dobro», afirmou António Sarmento, comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar.

António Fonseca, comandante dos bombeiros da Régua, diz que os três motoristas que tem ao serviço «já não têm mãos a medir» com os serviços, por isso mesmo, salienta que, com o encerramento da urgência do hospital local, a situação «se vai complicar». «Se houver vários pedidos ao mesmo tempo não temos como dar resposta», frisou.

José Nascimento é comandante dos bombeiros de Chaves, os Flavienses, e sabe que, se houver situações de urgência com as grávidas do concelho será accionada a ambulância Suporte Básico de Vida do INEM. Até porque, segundo salientou, a corporação «não tem ambulâncias para fazer o transporte nem pessoal com formação para ajudar a fazer um parto».
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