Classes altas consomem mais fruta e vegetais - TVI

Classes altas consomem mais fruta e vegetais

  • Portugal Diário
  • 12 out 2007, 16:37

Mães portuguesas não comem diariamente a dose de fruta e produtos hortícolas que é recomendada

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O consumo diário de fruta e produtos hortícolas em Portugal é superior na população com um nível de escolaridade mais elevado e nas classes sociais mais altas, revela um estudo a que a Lusa teve hoje acesso.

O estudo foi realizado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNA) no âmbito do projecto europeu «Pro Children», que teve início em 2003 e tem como objectivo avaliar o consumo de fruta e produtos hortícolas por crianças dos 11 aos 13 anos e seus pais.

Com os resultados já apurados é possível concluir que «o consumo destes alimentos está directamente associado ao nível de escolaridade e classe social das mães», afirmou à Lusa Bela Franchini, da FCNA.

«As mães portuguesas não comem diariamente a dose de fruta e produtos hortícolas que é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas comparativamente com os restantes países que participaram neste estudo, Portugal está numa situação favorável», afirmou a nutricionista, docente naquela faculdade.

Das 1.853 mães que participaram neste estudo, a maioria afirma comer todos os dias fruta (73 por cento) e produtos hortícolas (70 por cento).

Para Bela Franchini, é graças à sopa a razão pela qual as mães portuguesas consomem uma quantidade razoável de frutas e vegetais. «O facto de em Portugal ainda se comer muita produção caseira poderá também ser um dos motivos que coloca o país numa situação favorável».

Portugueses ignoram informação nos rótulos

O consumidor pode escolher alimentos que contribuam para uma alimentação mais saudável através das novas regras de rotulagem e publicidade sobre alegações nutricionais, mas em Portugal o rótulo dos produtos é ainda ignorado, alertou hoje uma especialista.

As regras que definem as alegações nutricionais e de saúde nos alimentos mudaram recentemente, podendo agora as marcas alegar que os seus produtos «contêm» ou são «ricos em» determinado nutriente considerado benéfico para a saúde.

Com estas novas regras «os consumidores podem escolher aquilo que pretendem comer, tendo a garantia de que aquela alegação não é enganosa», afirmou Bela Franchini.

«As alegações estão padronizadas e as pessoas podem confiar nos critérios», sustentou, acrescentando que cabe às empresas produtoras decidir se adoptam estas alegações, sabendo, contudo, que se o fizerem não podem fugir à regulamentação europeia», sob pena de serem punidas.

A fiscalização destas regras é feita por uma autoridade nacional que, na sua opinião, deverá ser a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Contudo, a especialista referiu que o problema é que «o consumidor português não está ainda interessado em saber os ingredientes que ingere, não consultando a tabela do valor nutritivo do produto».

Afirmando que beber «um sumo, um néctar ou um refrigerante» não é a mesma coisa quando se fala em alimentação saudável, Bela Franchini aconselhou os portugueses a lerem os rótulos das embalagens.

Apontou como exemplo os refrigerantes com extractos de chá, cujas marcas e publicidade que lhes estão associadas podem levar o consumidor a acreditar que está apenas a consumir um chá que não faz tão mal à saúde como um refrigerante.
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