Ramos Horta chorou na despedida - TVI

Ramos Horta chorou na despedida

  • Portugal Diário
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  • 19 mar 2008, 07:28
Ramos Horta, presidente timorense - Foto Lusa

Presidente timorense deixou hospital mas vai continuar na Austrália

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O Presidente timorense, José Ramos Horta, despediu-se com lágrimas do pessoal do hospital que o tratou no norte da Austrália durante cinco semanas após ter sido gravemente ferido numa tentativa de assassinato à porta de casa, refere a Lusa.

Ramos Horta disse que conta ficar mais «algumas semanas» na Austrália para fazer fisioterapia.

O Prémio Nobel da Paz, que foi tratado em dois hospitais de Darwin após o atentado de 11 de Fevereiro, ofereceu aos médicos e ao pessoal do hospital Royal Adelaide, como prenda, café timorense e uma fotografia sua com o Papa no Vaticano, em Janeiro passado, antes de receber alta.

«É o melhor café do Mundo», disse o presidente com aspecto magro e barba por fazer. «Quero agradecer-vos a todos pelo carinho e paciência».

Sem cadeira de rodas

«Quando me atingiram a tiro o próprio Papa rezou por mim», disse, enquanto o director do hospital, Len Notaras, explicou que a Santa Sé telefonou várias vezes para se inteirar do estado do líder da ex-colónia portuguesa, de maioria católica.

Ramos Horta, que fez questão de mostrar aos jornalistas que não necessitava de cadeira de rodas, gracejou com os especialistas da unidade de cuidados intensivos em que ingressou há cinco semanas.

Ramos Horta falou também, pela primeira vez em público, do dia em que foi atacado, afirmando recordar cada detalhe, desde a dor que sentiu até ao charco de sangue em que se viu envolvido e a dura viagem de ambulância até ao hospital de Dili em que foi operado no mesmo dia do atentado.

Recordo-me de cada detalhe

«Recordo-me de cada detalhe desde que dispararam sobre mim (...) do caminho para o heliporto, quando caí do assento várias vezes porque não havia cinto de segurança», relatou o Nobel da Paz.

Ramos Horta recebeu três impactos de bala, dois nas costas e um no estômago, e foi operado de urgência em Timor-Leste antes de ser transferido para Darwin, onde foi submetido a mais operações e saiu no princípio do mês da unidade de cuidados intensivos.

Ramos Horta foi atacado em frente a sua casa por soldados rebeldes leais ao comandante Alfredo Reinado, que morreu no tiroteio, enquanto que o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmao, escapou ileso no mesmo dia de outro assalto contra o seu veículo oficial
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