Funcionária assassinada: crime sem culpados - TVI

Funcionária assassinada: crime sem culpados

  • Portugal Diário
  • 2 fev 2008, 18:32
Funcionária morta em assalto a gasolineira em Benavente

Benavente: homens que provocaram a morte não são acusados de homicídio

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Os três homens que provocaram a morte de Eduarda Ferreira, durante um assalto à bomba de gasolina onde a vítima trabalhava, em Benavente, não estão acusados do homicídio da mulher, de 43 anos. A filha assistiu à morte da mãe que tentava acudí-la durante o assalto.

A notícia é do Correio da Manhã que, garante que o Ministério Público, na acusação, assegura que um dos arguidos fez o disparo fatal e que todos «previram que daquela actuação pudesse resultar a morte» de Eduarda e «não se coibiram de realizar tal disparo».

Os três arguidos (João Oliveira, de 39 anos, Luís Pereira Coutinho, 31, e Cláudio Carvalho, 21) estão apenas acusados, em co-autoria, de roubo agravado e outros crimes menores.

O CM conta que, na noite de 6 de Abril, os três indivíduos, entraram no posto de combustíveis Etc, onde se encontrava Eduarda e a filha Alexandra, de 20 anos.

Durante o assalto foram surpreendidos por uma patrulha, tendo utilizado as vítimas como escudos humanos. Durante a fuga, numa troca de tiros, Eduarda foi atingida na cabeça, tendo morte imediata.

Segundo a acusação, foi Cláudio Carvalho - facilmente reconhecível pelos seus 1,93m de altura - quem saiu do posto segurando Eduarda como escudo. O assaltante tinha agarrado em Alexandra, mas a funcionária pediu que a levassem em vez da filha.

Momentos depois, João Oliveira arrastou a jovem até à porta da loja, com uma espingarda encostada à cabeça.

Mãe foi morta quando tentou soltar-se para ajudar a filha

O jornal Correia da Manhã conta ainda que Eduarda foi morta quando tentou soltar-se para ajudar a filha. A acusação define que Cláudio «apontou a espingarda em direcção aos militares e premiu o gatilho, não obstante encontrar-se na sua linha de fogo Eduarda Maria Ferreira». Adianta que as lesões provocadas pelo disparo «foram causa directa e necessária da morte». No entanto, a acusação não faz qualquer menção ao crime de homicídio.

Entre os roubos praticados pelos três arguidos encontra-se um à bomba da Repsol em Mértola, a 24 de Março de 2007. No dia 30 do mesmo mês assaltaram o posto de combustíveis Cepsa, em Ferreira do Alentejo. No dia seguinte vandalizaram e roubaram uma herdade no Porto Alto. Em todas as situações utilizaram armas para ameaçar as pessoas. Os assaltantes utilizavam sempre a mesma viatura, um Audi azul-escuro, propriedade de Luís Coutinho. No dia seguinte ao da captura dos ladrões, a PJ realizou buscas, tendo encontrado várias armas e material roubado.

Encontrada caçadeira com que Eduarda foi morta

Em casa de João Oliveira foi encontrado um arsenal, incluindo a caçadeira com que Eduarda foi morta. A PJ encontrou igualmente um anel de ouro que aquele indivíduo arrancou do dedo da vítima e que ofereceu mais tarde à sua companheira.

O CM contactou a Procuradoria-Geral da República para obter esclarecimentos sobre esta decisão da procuradora responsável pela acusação. Fonte do gabinete de Pinto Monteiro escusou-se a dar explicações, remetendo as mesmas para a magistrada responsável pelo despacho, que não foi possível contactar.
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