Lisboa: PJ registou 650 pessoas desaparecidas só este ano - TVI

Lisboa: PJ registou 650 pessoas desaparecidas só este ano

Buscas com cães

Apenas «40 a 50» casos continuam por resolver e reportam-se aos últimos dias. Jovens estão em maioria

Desde o início do ano, a directoria de Lisboa da PJ já registou 650 desaparecimentos, voluntários e involuntários. E destes, «apenas 40 a 50» continuam por resolver, reportando-se a ocorrências «de hoje (28 de Novembro), ontem ou da última semana», precisou ao IOLPortugalDiário, o inspector-chefe Francisco Chagas.

Os desaparecimentos também envolvem adultos e idosos, sendo que mais de metade, «cerca de 60 por cento» dos casos, reportam-se a ocorrências com menores de 18 anos.

Do menor acolhido num centro de reinserção social que desaparece por umas horas, ao adolescente que se ausenta de casa após uma discussão familiar, passando pelo jovem envolvido em consumos de estupefacientes.

Tratando-se de desaparecimentos envolvendo menores, «a percentagem de êxito na resolução dos casos é praticamente de 100 por cento», refere o inspector do Departamento Central de Informação Criminal e Polícia Técnica (DCICPT).

O último caso de um menor desaparecido, na Grande Lisboa, e nunca encontrado remonta a 1992. «Estou a falar do caso Sepúlveda, um jovem de 13 anos visto pela última vez em Cascais, junto ao mar». «Não se sabe onde está ou o que aconteceu», acrescenta.

Dois casos deram origem a processos-crime

Apenas dois processos de desaparecimento registados este ano foram convertidos em inquéritos-crime, respeitando aos casos de duas jovens menores que «após terem sido localizadas, se verificou que tinham sido alvo de práticas sexuais com adultos». As famílias apresentaram queixa-crime contra os suspeitos.

Não há mais casos, mas as situações têm sido mais noticiadas. «Portugal não é um país com muitos desaparecimentos, mas basta um para não estarmos tranquilos», refere o inspector-chefe.

Quando não há suspeitas de que a ausência tenha origem criminosa, o caso mantém-se sempre como processo de desaparecimento.

Simular um crime é crime

«Contam-se pelos dedos de uma mão» mas houve, ainda assim, casos em que as pessoas desaparecidas simularam crimes para justificarem o desaparecimento. Todos os casos, tratando-se de pessoas com 16 ou mais anos, deram lugar a processos-crime por simulação de crime, punido com 1 ano de prisão ou multa até 120 dias.

«Imagine-se o caso de uma jovem que foge para passar o fim-de-semana com o namorado, depois, aflita, para justificar a ausência diz que foi raptada». Há até quem envie mensagens a exigir um inventado resgate.



Leia a continuação deste artigo: «Homem ameaçou processar a PJ por o ter encontrado»
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