Segurança confessa tiro fatal - TVI

Segurança confessa tiro fatal

  • Portugal Diário
  • 8 jan 2008, 15:17
Corpo do segurança

«Rijo» admitiu ter disparado sobre colega de profissão, em 2006, junto à discoteca «Maré Alta». E acusou vítima de o ter agredido e de ter «desnorteado». MP relaciona homicídio com «grupos rivais ligados à segurança privada e ao mundo da noite» do Porto Violência no Porto «longe» do fim

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O segurança Reginaldo Semedo («Rijo») começou esta terça-feira a ser julgado num tribunal do Porto pelo homicídio de um colega de profissão, em 2006, junto à discoteca «Maré Alta».

Rijo, que confessou a autoria do disparo fatal, está acusado de homicídio qualificado e posse de arma ilegal.

Reginaldo Semedo disse ao colectivo de juízes da 1ª Vara Criminal de São João Novo que o disparo fatal aconteceu depois de a vítima (Bessa Sebastião, o «Xano») o ter agredido à cabeçada e lhe ter mordido o pescoço.

«Rijo» admitiu que, momentos antes dos disparos fatais, às primeiras horas de 26 de Março de 2006, protagonizou algumas cenas de pancadaria com «Xano» e atribui-lhe a responsabilidade pelo início dos incidentes.

«Ele estava desnorteado», disse o homicida, dando como causa desse estado de espírito a alegada perda de emprego como segurança. «Xano» prometia, segundo disse, «partir tudo» numa discoteca onde deixara de trabalhar.

Acusação do MP relaciona este homicídio com guerras entre «grupos rivais»

A versão de «Rijo» confirma o essencial da acusação do Ministério Público (MP) que relaciona este homicídio com «grupos rivais ligados à segurança privada e ao mundo da noite» no Porto.

O MP sustenta que «Rijo» atingiu «Xano» nas costas com um tiro de uma pistola de calibre 0,22 milímetros.

Reginaldo Semedo disse em tribunal que a arma lhe foi parar às mãos numa rave-party.

O incidente que culminou na morte de Bessa Sebastião começou com pancadaria no interior da própria discoteca e um dísparo, atribuído ao falecido, que acabaria por ferir um terceiro.

O julgamento continua na tarde desta terça-feira e prossegue dia 22.

Depois deste caso, agora em julgamento, morreram mais seis pessoas ligadas aos negócios da noite, quatro das quais alegadamente na sequência de disputadas entre grupos de segurança rivais.

A 13 de Junho do ano passado, foi atingido a tiro Nuno Miguel Gaiato, segurança da discoteca «El Sonero», que era dado como membro do grupo de seguranças da Ribeira, liderado por Bruno Pidá, um dos detidos em 16 de Dezembro, no âmbito da operação «Noite Branca».

Gaiato foi atacado por quatro homens e atingido a tiro, vindo a morrer, apesar de usar colete de segurança.

Caso «El Sonero» considerado o início da existência de rivalidades

Este foi o primeiro incidente em que foi admitida a existência de rivalidades entre grupos que asseguram a segurança em estabelecimentos de diversão nocturna do Porto.

Alegadamente no âmbito das mesmas disputas, o empresário Aurélio Palha, dono da discoteca «Chic», foi abatido a tiro, a partir de um carro em andamento, em 27 de Agosto, quando conversava, à porta do seu estabelecimento, com o seu amigo e segurança Alberto Carvalho (Berto Maluco).

Este segurança viria a ser atingido com três rajadas de metralhadora, a 9 de Dezembro, à porta da sua casa, em Gaia, vindo a morrer no Hospital de São João, no Porto.

Entretanto, foi morto a tiro, a 6 de Dezembro, junto à Alfândega do Porto, o segurança Ilídio Correia, alegado líder do grupo de Miragaia.
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