Professores deixam presentes à porta do Ministério - TVI

Professores deixam presentes à porta do Ministério

(Foto Cláudia Lima da Costa)

São para lhe lembrar a situação de precariedade em que vivem e reivindicar uma solução definitiva

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Algumas dezenas de professores e educadores contratados, muitos deles desempregados, deixaram esta quarta-feira, em Lisboa, presentes simbólicos ao ministro da Educação para lhe lembrar a situação de precariedade em que vivem e reivindicar uma solução definitiva, escreve a Lusa.

Escolheram o edifício sede do Ministério da Educação para deixar várias caixas forradas de preto com etiquetas alusivas às suas reivindicações, depois de uma breve concentração na avenida 5 de Outubro, com a promessa de que «a luta continua».

«Esta é uma acção de protesto simbólica com a qual os professores contratados, muitos deles há vários anos, pretendem dizer basta de precariedade», disse aos jornalistas Sofia Barcelos, da Comissão de Contratados do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL).

Esta professora contratada há 8 anos foi colocada a 1 de Setembro, data em que estavam desempregados 35.000 professores contratados.

«Temos os mesmos deveres que qualquer professor, por isso, queremos também ter direitos, a uma carreira e a progressão salarial e exigimos a entrada imediata para os quadros, em cumprimento da legislação laboral», afirmou, acrescentando que a qualidade do ensino vai certamente reflectir os cortes no número de professores.

Outra professora presente na concentração explicou à Lusa porque participou no protesto.

Ensina há oito anos, sempre em regime de contratação e sem horário completo, mas este ano está pela primeira vez desempregada, embora com direito a subsídio de desemprego, o que não acontece com todos os professores desempregados.

Os professores e educadores desempregados escolherem este protesto simbólico para assinalar o Dia Mundial do Professor e tentar sensibilizar a sociedade para a instabilidade em que vivem e para respectivas as consequências no ensino.

«Ajustamentos», diz Ministério

Já o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, afirmou esta quarta-feira que os «cortes» anunciados na Educação são para «ajustar» o orçamento às «possibilidades reais» do país, negando que se esteja a fazer «cortes cegos» no sistema educativo.

À margem da inauguração do Centro Escolar da Costa, em Roriz, Santo Tirso, João Casanova de Almeida, confrontado com o corte de oito por cento no orçamento da Educação anunciado pelo ministro Nuno Crato, afirmou que «todos os ministérios sofreram cortes».

O governante explanou que se vai «cortar prioritariamente nas áreas em que existam mais possibilidades de o fazer» e que se vai fazer uma «reorganização central e regional» porque o «sistema educativo não pode estar desfasado da realidade nacional».

João Casanova de Almeida negou ainda a acusação do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, feita durante o discurso de hoje nas comemorações do 5 de Outubro, que se estão a «fazer cortes cegos» na educação.

Já a propósito do Dia Mundial do Professor, que se assinala hoje, Casanova de Almeida disse que os «professores são fundamentais no sistema educativo», reconhecendo, porém, que alguns docentes «poderão não estar a ver concretizadas algumas expectativas, nem aquilo que projectaram».
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