Concursos: 512 professores recorreram - TVI

Concursos: 512 professores recorreram

Mário Nogueira [LUSA/José Sena Goulão]

Ministro tinha dito que eram apenas «excepções»

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ACTUALIZADA ÀS 13h24

A Federação Nacional dos Professores levou esta sexta-feira ao Parlamento uma listagem de 512 professores que apresentaram recurso dos resultados dos concursos para preencher necessidades transitórias nas escolas e pediu aos deputados que apoiem uma auditoria ao processo.

«Ouvimos dizer aqui no Parlamento que apenas um número residual de professores apresentou recurso. Como se pode ver não são umas poucas dezenas», disse o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, perante a comissão parlamentar de Educação, exibindo a lista com os nomes dos docentes.

Na semana passada, o ministro da Educação, Nuno Crato, garantiu, durante o debate de urgência, que o ministério irá analisar todos os recursos, afirmando que as irregularidades são «excepções»: da primeira bolsa só 0,04% dos candidatos apresentaram recurso e da segunda só 0,1%, disse.

«Desejamos que as coisas funcionem, como qualquer matemático rigoroso gostaria», declarou Mário Nogueira, reiterando que há «matéria para investigação sobre o que se passou» no concurso.

«É difícil aceitar que alguém 700 lugares abaixo fique na preferência de um professor mais graduado», exemplificou.

De acordo com Mário Nogueira, este ano, na segunda bolsa de recrutamento houve apenas 365 horários anuais e mais de 2.000 temporários.

O deputado do PSD Emídio Guerreiro alegou ter também contactado várias escolas e não ter encontrado as queixas reportadas pelos professores, atribuindo o descontentamento dos docentes ao facto de haver menos vagas este ano.

Segundo os cálculos da FENPROF, haverá até agora menos 10.000 professores colocados do que no ano passado.

Para o socialista Acácio Pinto, que confirmou as queixas relatadas pela FENPROF, é necessário «um escrutínio completo» sobre esta matéria.

Michael Seufert (CDS-PP) comprometeu-se a analisar os dados e o deputado do PCP Miguel Tiago manifestou não ter dúvidas de que houve «manipulação de dados» para «poupar uns meses de salários» com contratos mais reduzidos.

A deputada do BE Ana Drago, por seu lado, lembrou que a maioria parlamentar tem chumbado as idas dos responsáveis do Ministério da Educação à comissão, defendendo que a situação «criou uma injustiça» que «tem de ser resolvida».

A participação e os documentos deixados na quinta-feira pela Federação Nacional dos Professores ao procurador-geral da República serão enviados esta sexta ou na segunda-feira ao Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, disse à Lusa fonte da PGR.

A informação e os dados entregues ao procurador-geral, Fernando Pinto Monteiro, serão remetidos à directora do DIAP de Lisboa, Maria José Morgado.
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