O papel da AMI no Sri-Lanka pós tsunami - TVI

O papel da AMI no Sri-Lanka pós tsunami

Portugal apoia vítimas de tsunami

Em entrevista IOL/PortugalDiário, Fernando Nobre fala também da situação difícil que espera os portugueses neste e no próximo ano

Fez quatro anos a 26 de Dezembro que o tsunami atingiu vários países do Pacífico, entre os quais o Sri Lanka, o antigo Ceilão, onde o primeiro português, Lourenço de Almeida, chegou em 1505. Foi por aqui, na antiga Trapobana a que Camões se referia, que ficámos durante 150 anos e aqui voltámos em 2004 quando a população precisou de ajuda. «Fizemos muita coisa», conta o presidente da AMI, Fernando Nobre, em entrevista ao IOL/PortugalDiário.

Veja aqui, em vídeo, a entrevista de Fernando Nobre

Muito recentemente a AMI criou a Fundação Portugal-Sri Lank e deu-lhe o nome precisamente do primeiro português a chegar ao Ceilão. A fundação é dirigida pelo padre Francis Dias (um apelido português, sim). Fernando Nobre fala de todo o trabalho já desenvolvido: «Apoiamos orfanatos, estamos a construir um grande centro social, estamos também a financiar um centro inter-religioso, porque o Sri Lanka vive uma situação complicada neste campo, desenvolvemos uma estrutura de utilização dos gases das pocilgas, de tal modo que a energia eléctrica de um orfanato é toda proveniente deste sistema; reabilitámos o orfanato de S. Vicente e estamos agora a reabilitar pessoas na área das pescas e do artesanato».

No Sri Lanka, oito a dez por cento da população é luso-descendente e sabem disso. Fernando Nobre recorda um lamento do padre Francis Dias, que não conseguiu segurar as lágrimas: «Por que é que vocês nos abandonaram durante 350 anos?».

Na parte leste do País, onde está a maioria dos luso-descendentes e onde nasceu a fundação, o presidente da AMI comoveu-se ao ver dançar folclore e ao aouvir a guitarra portuguesa. Além disso, conta, «preservaram a língua, apesar de ser um português arcaico, dizem muito vossa mercê, por exemplo, ao qual juntaram palavras locais».

Este e o próximo ano vão ser muito difíceis em Portugal

Em Portugal, a AMI desenvolve também uma acção muito intensa. Actuamente tem 11 centros sociais Porta Amiga e mais dois em vias de abrirem (Açores e Amadora) e ainda dois centros para os sem-abrigo. E como podem ajudar os portugueses? «Podem contribuir com voluntariado, ou seja, dando de si, da sua boa-vontade, ou com os donativos qe puderem».



Fernando Nobre não tem dúvidas de que este e o próximo ano vão ser muito difíceis para os portugueses e o Governo, diz, «não pode fazer tudo, nem o melhor governo do mundo pode fazer tudo, têm de ser as pessoas as empresas a ajudar».

A mensagem do presidente da AMI é muito clara: «Olhem para os vossos vizinhos porque vão passar muito mal. Às vezes é um pai e uma mãe que perdem o emprego. Vamos estar atentos, vamos ajudar».

Veja aqui, em vídeo, a entrevista de Fernando Nobre
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