Médicos criticam suspensão de tolerância de ponto nos EPE

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou esta quarta-feira «ineficaz» a decisão de alguns hospitais-empresa de não dar tolerância de ponto aos seus funcionários na quinta-feira. A FNAM justifica que «as consultas e cirurgias programadas já tinham sido desmarcadas».

«A decisão de última hora de alguns conselhos de administração em não conceder tolerância de ponto de acordo com os termos do despacho é, para além de discriminatória, ineficaz, tendo em conta que as consultas e cirurgias programadas já tinham sido desmarcadas», observa a FNAM, num comunicado citado pela Lusa.

Em causa está o facto de alguns hospitais que são Entidades Públicas Empresariais (EPE) terem autonomia de gestão para decidir se dão tolerância de ponto aos seus trabalhadores no dia da visita do Papa Bento XVI a Fátima, e de alguns terem decidido não o fazer.

«Não pretendendo discutir a fundamentação política destas tolerâncias no momento de crise económica que o país atravessa, não pode a FNAM deixar de manifestar a sua discordância e o mais vivo repúdio na determinação de tratamentos diferentes para os trabalhadores médicos dos hospitais EPE», acrescenta o comunicado.

A FNAM apela, por isso, à aplicação da tolerância de ponto «nos hospitais EPE, à semelhança dos demais serviços públicos».

Confrontada com a decisão de não dar tolerância de ponto aos funcionários na quinta-feira, fonte do ministério da Saúde explicou à Lusa que «os Hospitais E.P.E. dispõem de autonomia de gestão para determinar as melhores soluções, decidindo se estendem a tolerância de ponto aos seus colaboradores, salvaguardando o interesse dos utentes e dos serviços».

O Governo decidiu dar tolerância de ponto a todos os trabalhadores da Administração Pública no dia 13 de Maio por ocasião da presença do Papa Bento XVI em Portugal.