Pescadores de Esposende foram ao mar

Os pescadores de Esposende saíram, hoje, para o mar, não aderindo à greve do sector, por entenderem que «pouco têm a ver com a luta dos restantes operadores» e por não terem direito a qualquer apoio ou subsídio, informa a agência Lusa.

Segundo Augusto Carneiro da Associação de Pescadores, os profissionais do sector sedeados na barra do Cávado, são obrigados, frequentemente, a fazer greve forçada, já que o assoreamento da barra, os impede, quase semanalmente de saírem para o mar.

«Ainda hoje o salva-vidas teve de ir buscar um barco de seis metros e meio que avariou e não conseguia entrar na barra do rio», afirmou, frisando que o mar estava enrolado pelo que apenas cinco ou seis barcos se atreveram a sair por causa da barra.

A Associação defende, por isso, que o actual Governo «cumpra a promessa de resolver o problema da barra, desassoreando a foz, e ampliando o molhe». «Andamos nisto, há anos, e nada se resolve, apesar das promessas dos sucessivos governos», lamentou.

Balanço do primeiro dia

O primeiro dia de paralisação dos armadores e pescadores portugueses foi marcado por milhares de barcos parados e por diligências políticas e comerciais para fazer face à previsível falta de peixe fresco nos próximos dias.

A Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca garantiu que, devido à greve, «nenhuma embarcação saiu para o mar» nas várias lotas do Algarve e nos principais portos de pesqueiros, de Sesimbra, Figueira da Foz, Peniche, Póvoa de Varzim e Matosinhos.

O ministro da Agricultura e Pescas, Jaime Silva, reconheceu que a «maioria» da frota costeira ficou em terra, mas salientou que a pesca longínqua não está parada. Em resposta, o presidente do Sindicato dos Pescadores do Norte, António Macedo, disse à agência Lusa que os barcos portugueses de pesca longínqua também vão paralisar quando chegarem a terra.