Porto: escolas e centros de saúde fechados - TVI

Porto: escolas e centros de saúde fechados

Greve da função pública

Greve provocou ainda atrasos nos comboios. Quem «bateu com o nariz na porta», queixa-se da paralisação. Satisfeitos, parecem ter ficado os alunos que não tiveram aulas

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À hora certa, o toque de saída continuou a tocar, mas na Escola secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, não era possível ver o habitual movimento dos alunos a sair das aulas. Isto porque devido à greve, esta quarta-feira não houve aulas. Segundo o que o PortugalDiário confirmou no local, apenas «meia dúzia» de funcionários compareceu ao trabalho, não sendo por isso possível garantir o funcionamento da escola.

Logo ali ao lado, na escola Secundária Clara de Resende, um cartaz indicava que, devido à greve, apenas quatro turmas teriam aulas. Á porta estavam ainda alguns alunos, a quem o anúncio de que não haveria aulas não parecia surpreender, nem incomodar. «Já suspeitávamos que não haveria aulas», disse ao PortugalDiário Luís Fernandes, aluno do 9º ano. O boato que tinha corrido no dia anterior era corroborado pela habitual adesão à greve. «Nesta escola fazem sempre greve», adiantou.

Sobre os motivos da paralisação, Luís, e as duas amigas que conversavam à porta da escola, pouco sabiam. «Acho que é por causa dos salários serem baixos», disse uma delas. Mas para todos, o importante era não terem aulas.

Para os pais, o facto de não haver aulas era «um transtorno». «Tive que voltar para trás busca-la. Como não sou funcionária pública, não posso faltar a trabalho, nem chegar atrasada», afirmou uma mãe, visivelmente contrariada.

Segundo dados da CGTP, as escolas Secundária de Garcia da Horta, Fontes Pereira de Melo, Clara de Resende, E.B. 2,3 de Ramalho Ortigão, E.B. 2,3 de Óscar Lopes, Secundária de Senhora da Hora, E.B. 2,3 do Viso, E.B. 2,3 de Gondomar, Infantário do Bonfim e Escola Superior Enfermagem do Porto estiveram esta manhã encerradas devido à greve.

«O país em crise, e eles de greve»

À porta do Centro de Saúde de Aldoar, um utente conversa calmamente com o segurança. O facto de o centro estar encerrado porque médicos e enfermeiros aderiram à greve não parece incomodá-lo muito. «Só vim cá para a médica me passar a vacina da gripe. Volto amanhã», explicou.

Outra atitude teve uma utente que chegou entretanto e preferiu não ser identificada: «O país em crise, e eles de greve», exclamou revoltada.

E quem, em alternativa ao centro de saúde, procurou um hospital, também não teve muita sorte. No Hospital de São João, 30 por cento dos trabalhadores aderiram à greve. No Hospital de Gaia, a adesão chegou aos 80 por cento.

No Hospital Pedro Hispano, esta terça-feira 60 por cento dos enfermeiros já tinham estado em greve, afectando sobretudo as cirurgias programadas, que tiveram que ser canceladas e a consulta externa, explicou ao PortugalDiário fonte da unidade.

A mesma fonte adiantou que dos 266 enfermeiros escalados para hoje, 200 fizeram greve. A paralisação afectou as cirurgias programadas e as consultas externas. Além disso, alguns auxiliares também aderiram à greve.



Trânsito muito complicado

Antevendo os efeitos da greve, muitos dos que diariamente se deslocam de e para o Porto resolveram esta manhã levar o carro. Como consequência, o trãnsito ficou ainda mais complicado nos principais acessos.

Quem optou pelo comboio também não teve muita sorte. Segundo a CP, a greve afectou 8 por cento da circulação dos comboios, tendo o serviço urbano do Porto sido o mais afectado.

Das 00:00 às 08:00, dos 53 comboios previstos circularam 42, «sobretudo devido à acção ilegal, ao início da manhã, de piquetes de greve», refere a CP em comunicado, que prevê «uma maior redução do impacto da paralisação na circulação de comboios» durante o dia.
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