Mari Luz: milhares nas ruas - TVI

Mari Luz: milhares nas ruas

  • Portugal Diário
  • João Prudêncio para Lusa
  • 22 jan 2008, 17:02
Manifestação de solidariedade por Mari Luz - Foto Lusa/EPA

Por toda a Espanha estão a decorrer manifestações de solidariedade

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Cerca de 10 mil pessoas participaram esta terça-feira, em Huelva, Espanha, na manifestação de solidariedade para com a família de Mari Luz, a menina de cinco anos desaparecida a 13 de Janeiro, e apelaram à sua libertação, escreve a Lusa.

O desfile começou pouco depois das 16:00 frente à casa da família Cortez, no bairro social Torrejon, a Norte da cidade andalusa, e terminou junto à Câmara Municipal (ayjuntamento) local, percorrendo algumas das principais artérias de Huelva.

Ajudando a empunhar um enorme cartaz com o número de telefone da família, a mãe da menina, Irene Suarez, encabeçou o desfile.

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Enquadrados pela Polícia e pela Protecção Civil - em cujos carros estavam afixados cartazes com o rosto da menina -, os manifestantes gritavam palavras de ordem como «libertem Mari Luz», «devolvam Mari Luz», «Mari Luz, queremos-te, vem depressa» e «Mari Luz querida, Espanha está contigo».

Falando aos órgãos de Comunicação Social durante o desfile, a mãe da criança, Irene Suarez, agradeceu o apoio dos participantes e disse que estas manifestações lhe «dão força para continuar na busca da filha».

Amparada por familiares, Irene Suarez afirmou-se esperançada em que este não seja «mais um caso de desgraça com crianças».

O pai de Mari Luz e outros membros da família participaram na manifestação de Madrid, enquanto a mãe e o avô paterno marcharam em Huelva.

«Já não durmo»

Em declarações à agência Lusa, o avô da menina garantiu que esta não é a primeira demonstração de solidariedade a que assiste esta terça-feira, já que de manhã foi surpreendido por uma pequena manifestação com alunos de uma escola.

«Esta manhã desencostei-me, porque eu agora já não durmo, fui a uma povoação próxima de Huelva e fiquei verdadeiramente sensibilizado com aquela manifestação de meninos», afirmou Juan Cortez Hernandez, 55 anos.

Centenas em Madrid

Centenas de pessoas estivera na Plaza Maior, no centro da capital espanhola, Madrid, para ouvirem um emocionado pedido de ajuda do pai de Mari Luz, a criança desaparecida há oito dias em Huelva.

«Toda a informação, qualquer informação pode ajudar», disse Juan José Cortés, num palco montado na praça onde intervieram vários pastores da Igreja Evangélica de Filadélfia, entidade que promoveu hoje concentrações idênticas em várias localidades espanholas.

«Todos podem ajudar. Unidos podemos encontrar a minha filha», disse.

Apoiadas pela Fundação Secretariado Gitano, as concentrações pretendem sensibilizar o público para o caso da criança, contando com o apoio da hierarquia da Igreja Evangélica, a confissão cristã professada pelos pais de Mari Luz.

Não é vingança

O avô paterno da menina refutou ainda esta terça-feira que o desaparecimento da criança de cinco anos se possa dever a uma vingança entre ciganos.

«Aconteceu com a minha neta, como poderia ter acontecido com outra menina qualquer», disse Juan Cortez Fernandez.

Reconheceu, contudo, que a família ainda tem suspeitas sobre dois romenos que quiseram alugar um espaço de venda na feira de El Portil, arredores de Huelva, onde os Cortez negociaram até às 15:00 daquele domingo.

Os dois homens são suspeitos porque, de acordo com o avô paterno de Mari Luz, nunca mais apareceram na feira, nem sequer no passado domingo, uma semana depois do desaparecimento.

Juan Cortez Fernandez pediu ainda às pessoas que deixem de telefonar à família com pistas falsas, pois «todos estão esgotados» com esses telefonemas.
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